Sem a memória, seríamos obrigados a reaprender habilidades que usamos diariamente, como se nunca os tivéssemos aprendido antes.

A memória é um processo mental complexo com várias facetas.

Nós temos três tipos de memória.

Memória semântica

Diz respeito ao conhecimento geral e ao material concreto que armazenamos no cérebro.

São aquelas informações que utilizamos no trabalho e no dia a dia, como em palavras cruzadas, por exemplo.

Essa memória melhora na medida em que vivemos e adquirimos mais conhecimento geral sobre o mundo externo.

Mas só é conquistada pelas pessoas que mantêm a mente ativa e diminui com a idade.

Memória implícita

É a memória motora, ou sinestésica, que inclui habilidades como digitar, tocar piano, nadar, andar de bicicleta ou dirigir um carro.

Não diminui com a idade. Permanece mais ou menos constante.

Memória episódica

É a memória pessoal, autobiográficos, como o cardápio do almoço de ontem, o número de telefone do vizinho etc.

Parece diminuir com o tempo.

Os 3Rs da memória

Registro, retenção e recuperação são os 3Rs necessários de exercitar para uma boa memória.

O primeiro passo para se lembrar de uma coisa é registrá-la.

O registro é uma forma de entrada de dados.

A concentração também está a serviço do registro.

Uma mente livre de distrações e preocupações ajuda de maneira favorável à capacidade de concentrar-se naquilo que deseja lembrar.

Quando registramos algo, um fato ou uma habilidade é preciso armazená-los para referência futura.

Essa armazenagem eficiente é chamada de “retenção”.

Ao colocar itens no banco de memória, não podemos simplesmente jogá-los ali como se fosse um depósito imenso de materiais.

Por isso as pessoas organizadas retêm mais informações do que as desorganizadas.

A retenção pode ser reforçada pelo interesse, pela observação, pela associação e pela repetição.

A informação “armazenada” pode ser acessada a qualquer hora.

Isso chamamos de recuperação.

A recuperação é o processo de buscar um item na memória sempre que necessário.

Quando lembramos um fato, nós o recuperamos da fase de retenção da memória.

A recuperação é o desenlace, se a informação foi registrada e retida adequadamente, não haverá dificuldade para buscá-la na memória quando necessário.

Como então exercitar a memória?

1) Repetição

A forma mais simples de decorar uma determinada informação é exatamente repeti-la um determinado número de vezes até que esteja totalmente apreendida.

Isso pode ser feito escrevendo, falando ou lendo várias vezes determinada coisa.

2) Imagens mentais

Esta técnica baseia-se na ideia da memória fotográfica.

Para as pessoas que tenham maior facilidade em decorar imagens, aconselha-se o recurso a páginas de informação estruturadas.

Essa técnica é extremamente visual, e precisa provocar uma impressão forte para que haja uma recordação exata.

Você pode usar mapas conceituais nesse técnica.

3) Técnica dos espaços

Nesta técnica pretende-se utilizar a familiaridade da pessoa com determinado espaço para recordar determinada informação.

Por exemplo, pode-se associar a cada rua de uma pequena cidade uma ideia e o indivíduo, enquanto imagina passear-se por esses espaços vai-se recordando das informações que associou a cada um deles.

4) Palavras-chave

A ideia desta técnica é associar um tópico a cada palavra-chave.

Assim ao lembrar do termo nos recordamos de todo um raciocínio ou de toda uma matéria.

5) Técnica dos números

Algumas pessoas têm uma maior facilidade em recordar números do que palavras, o que pode ser comprovado, por exemplo, com os números de telefone.

Para essas pessoas, a codificação de um conjunto de informações em números pode ser a forma mais fácil de adquirir todos esses dados.

Essa técnica trabalha com a associação de conceitos ou tópicos á números.

Ao lembrar do número conseguimos lembrar do conceito.

6) Técnica das iniciais

Muitas pessoas têm também maior facilidade de decorar um processo ou dados como os elementos da tabela periódica, se estes formarem, com as suas iniciais uma palavra fácil de memorizar e com sentido.

Por exemplo, REL = retículo endoplasmático liso.

7) Rimas e jogos

Este tipo de método muitas vezes recorre a palavras que soam a outras e que têm um sentido caricato na frase, o que faz com que a memória os fixe mais facilmente, pois apela à sua componente afetiva.

8) Elaboração progressiva

Por vezes pode ser útil encadear as informações de tal maneira que elas sigam uma ordem lógica que nos permita recordar as informações que elas encerram.