Aprender a aprender está associada, pelo menos, a duas correntes da psicologia: o modelo tecnocrático (tecnicismo) e o modelo cognitivista.

O que há de comum das propostas do aprender a aprender é a ênfase no desenvolvimento de técnicas e habilidades.

Ou, mais genericamente, procedimentos, destinados facilitar a capacidade de atuação e adaptação do aluno a situações e informações novas.

O modelo tecnicista é muito claro.

As estratégias cognitivas não são mais que comportamentos práticos para transformar o aluno num sujeito prático, competente.

É prevista uma sequência do ensino semelhante à instrução programada.

Ou ao planejamento curricular que adquire característica de controle do trabalho do professor.

Não importaria muito uma atividade mais autônoma por parte do aluno, nem sua disposição de aprender.

O modelo cognitivista focaliza os processos internos de elaboração do conhecimento.

O desenvolvimento de estratégias cognitivas seria uma estratégia geral do processo do conhecimento.

Ligada à aprendizagem significativa, às formas de ajudar o aluno a desenvolver um pensamento autônomo, critico e criativo.

À ativação de processos mais complexos de pensamento e desenvolvimento dos alunos.

Na verdade, as habilidades cognitivas não seriam ações finalistas, mas mediadoras do processo de aprender.

Tais estratégias cognitivas, uma vez internalizadas pelo aluno, favoreceriam organizar seu raciocínio para lidar com a informação, fazer relações entre conteúdos.

Enfim, tornar a informação conhecimento significativo.

Levar a uma generalização cognitiva em outras situações e momentos de aprendizagem do indivíduo.

Outro procedimento do ensinar a pensar é a metacognição.

Ou seja, a necessidade de o aluno tomar consciência dos objetivos da aprendizagem.

E dos meios que utiliza para atingir esses objetivos podendo, com isso, organizar e dirigir seu próprio processo de aprendizagem.

A aplicação na sala de aula de estratégias cognitivas não é novidade para muitos de nós.

Aliás, é uma ideia bastante familiar a propostas cognitivistas para as quais o conhecimento é um processo de construção e reconstrução pelo aluno.

O importante é distingui-las do modelo tecnicista que é prescritivo, mecânico, meramente instrumental.

No modelo cognitivista o papel do professor é fundamental

  • Precisa acompanhar e interpretar os processos de aprendizagem do aluno inclusive as dificuldades dele.
  •  precisa, além disso, modificar suas próprias estruturas de conhecimento como condição para ajudar o aluno a enfrentar tarefas e problemas colocados.
  •  Precisa valorizar as inter-relações comunicativas na classe.

O ensinar a aprender a aprender, ou, ajudar o aluno a adquirir estratégias de aprendizagem, supõe considerar:

  • o papel dos conteúdos no ensino e aprendizagem.
  • processos de ajuda pedagógica do professor.

É difícil trabalhar com estratégias de aprendizagem, habilidades cognitivas, processos de pensamento autônomo, à margem dos conhecimentos sistematizados (conceitos, princípios, fatos, teorias, métodos de investigação etc.).

As estratégias de aprendizagem constituem o núcleo do desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas dos alunos.

Mas são ativadas no processo de assimilação ativa dos conceitos e fatos de uma matéria.

Quanto mais rica, em elementos e relações, for a estrutura cognitiva de uma pessoa, mais possibilidades tem de atribuir significado a materiais e situações novas.

E, portanto, mais possibilidade tem de aprender significativamente novos conteúdos.

Atribuição de significados mediante o concurso do conhecimento prévio.

Para isso, a atividade mental do aluno aparece como mediadora entre as distintas formas que pode adotar a intervenção pedagógica e os resultados da aprendizagem.