O projeto de lei do senado nº 292 de 2016, de autoria Senador Eduardo Amorim pretende acabar com TCC como requisito para obtenção do diploma.

O projeto propõe alteração na LDB 9.394/96  com o acréscimo de um inciso no artigo 80.

Que assegura apenas aos alunos da Universidade Aberta do brasil (UAB) o direito ao diploma independente de trabalho de conclusão, desde que aprovado no conjunto de disciplinas.

A justificativa para tal proposta se apoia na ansiedade e pressão que muitos sofrem ao fazer o TCC e por isso, há o grande número de trabalhos comprados (???!).

Apesar de ser obrigatório na grande maioria das instituições, o parecer CNE/CES 146/2002 já tornava o TCC opcional para alguns cursos.

Dentre eles Direito, Ciências Econômicas, Administração, Ciências Contábeis, Turismo e Música.

Mas para que afinal serve o TCC?

Embora muitos alunos vejam o TCC como um martírio obrigatório para poderem se formar, é de extrema importância na formação.

Trata-se de um trabalho que prepara o aluno para a pesquisa.

Desenvolve o senso crítico, direciona para a interdisciplinaridade, aumenta a capacidade de análise.

E proporciona uma inserção mais confiante no mercado de trabalho, quando estes elementos chaves são priorizados.

O TCC deve ser uma consequência de todo o processo acadêmico vivenciado na graduação.

Estando o aluno preparado para tal, consciente de seu aprendizado.

Se articulado com a iniciação científica, os alunos desenvolvem habilidades, competências e atitudes básicas do perfil de pesquisador.

Fatores igualmente essenciais para o bom desenvolvimento de uma monografia.

E que lhe serão de extrema valia na atuação profissional, independente se acadêmica, de indústria, na área ou não.

Além disso, o TCC consegue mexer ao mesmo tempo com os valores essenciais para a formação do futuro profissional e para o indivíduo no seu dia a dia.

O primeiro valor seria a tomada de decisão em torno do tema que o aluno irá trabalhar.

Valor esse que envolve o conhecimento adquirido ao longo de sua caminhada acadêmica.

E a definição de seu amor a uma área específica de sua profissão.

Além da escolha do orientador que envolve confiança, admiração e a esperança de alcançar o objetivo compartilhado.

A organização de um plano de ação envolvendo as etapas a serem cumpridas durante a realização do TCC.

Outros valores ainda são: a dedicação e o empenho para atingir o objetivo final e a perseverança.

Pois às vezes temos que fazer e refazer com objetivo de alcançar a perfeição e,

Por fim, a realização, valor adquirido no final, quando o conjunto de todos os demais valores se somarão.

Deixando a doce sensação de dever cumprido e a energia renovadora para começar a vida agora como profissional.

E como um indivíduo que venceu mais uma etapa de sua existência.

Prejuízos na formação sem o TCC

O TCC é o “engatinhar” na pesquisa científica.

Não fazê-lo pode prejudicar o aluno que queira seguir na carreira acadêmica.

A não vivencia da pesquisa na graduação pode acarretar várias dificuldades em uma pós-graduação.

Além disso, a formação acadêmica é composta pelo tripé ensino – pesquisa – extensão.

Esse eixo é indissociável.

A formação deve ser crítica e plural.

E por isso não pode se restringir simplesmente à transmissão de ensinamentos em sala de aula.

A competência profissional envolve não apenas o domínio do conhecimento acumulado (conteúdos) e suas aplicações imediatas.

Mas também as formas como o conhecimento é produzido nas áreas científicas a ele relativas e sua contextualização histórica.