A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no qual os objetivos, os conteúdos, os métodos e as formas de organização da aula se combinam entre si.

Essa combinação cria as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem significativa.

A didática ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe mais segurança profissional.

Mas em que consiste o processo de ensino e aprendizagem?

O núcleo da atividade docente é a relação ativa do aluno com a matéria de estudo, sob a direção do professor.

O processo de ensino consiste de uma combinação adequada entre o papel de mediação do professor e a atividade independente, autônoma e criativa do aluno.

O papel do professor, portanto é o de planejar, selecionar e organizar os conteúdos, programar tarefas, criar condições de estudo dentro da classe, incentivar os alunos para o estudo.

Ou seja, o professor media as atividades de aprendizagem dos alunos a fim de que estes se tornem sujeitos ativos da própria aprendizagem.

Não há ensino verdadeiro se os alunos não desenvolvem suas capacidades e habilidades mentais.

Se não assimilam pessoal e ativamente os conhecimentos.

Ou se não dão conta de aplicá-los, seja nos exercícios e verificações feitos em classe, seja na prática da vida.

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A dinâmica do processo de ensino

Como se garante o vínculo entre o ensino e a aprendizagem efetiva decorrente do encontro cognitivo e afetivo entre o aluno e a matéria?

A didática fornece ferramentas de como o professor media essa relação entre aluno e objeto do conhecimento.

É importante ressaltar que a didática não se resume a técnicas de ensino.

É uma ciência que contempla vários aspectos do ensino aprendizagem.

O docente na realidade precisa fazer uma dupla mediação.

Primeiro tem-se a mediação cognitiva, que liga o aluno ao objeto de conhecimento.

Segundo tem-se a mediação didática, que assegura as condições e os meios pelos quais o aluno se relaciona com o conhecimento.

Assim, a especificidade de toda didática está em propiciar as condições ótimas de transformação das relações que o aprendiz mantém com o saber.

A relação com o saber é, portanto, duplamente mediada.

Uma mediação de ordem cognitiva (onde o desejo desejado é reconhecido pelo outro).

E outra de natureza didática que torna o saber desejável ao sujeito.

É nessa mediação que as condições pedagógicas e didáticas ganham contornos.

Por garantir as possibilidades de acesso ao saber por parte do aprendiz educando.

A força impulsionadora do processo de ensino é um adequado ajuste entre os objetivos/conteúdos/métodos organizados pelo professor e o nível de conhecimentos, experiências e motivos do aluno.

O movimento permanente que ocorre a cada aula consiste em que, por um lado, o professor propõe problemas, desafios, perguntas, relacionados com conteúdos significativos, instigantes e acessíveis.

Por outro lado, os alunos, ao assimilar consciente e ativamente a matéria, mobilizam seus motivos, sua atividade mental e desenvolvem suas capacidades e habilidades.

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E a didática nesse processo todo?

Uma boa didática requer também um bom planejamento.

Planejamento de ensino que analisa e organiza os conteúdos junto com a análise e consideração dos motivos dos alunos.

Essa forma de compreender o ensino é muito diferente do que simplesmente passar a matéria ao aluno.

É diferente, também, de dar atividades aos alunos para que fiquem “ocupados” ou aprendam fazendo.

O processo de ensino é um constante vai-e-vem entre conteúdos e problemas que são colocados.

Junto com as características de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.

É isto que caracteriza a dinâmica da situação didática, numa perspectiva histórico-cultural.

É importante partir do nível de conhecimentos já alcançado.

Da capacidade atual de assimilação e do desenvolvimento mental do aluno, dos motivos do aluno.

Ou seja, não existe o aluno em geral.

Mas um aluno vivendo numa sociedade determinada.

Que faz parte de um grupo social e cultural determinado.

Sendo que essas circunstâncias interferem na sua capacidade de aprender, nos seus valores e atitudes, na sua linguagem e suas motivações.

Isso significa que, a subjetividade (os motivos) e a experiência sociocultural concreta dos alunos são o ponto de partida para a orientação da aprendizagem.

Um professor que aspira ter uma boa didática necessita aprender a cada dia como lidar com a subjetividade dos alunos.

Assim como seus motivos, sua linguagem, suas percepções, sua prática de vida.

Sem essa disposição, será incapaz de colocar problemas, desafios, perguntas, relacionados com os conteúdos.

E ficará distante de conseguir uma aprendizagem significativa.

O modo adequado de realizar a mediação didática é o provimento aos alunos dos meios de aquisição de conceitos científicos.

E de desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas.

Dois elementos da aprendizagem escolar interligados e indissociáveis.