A expressão professor mediador é bastante comum nos fóruns educacionais, principalmente os que seguem a linha construtivista.

Virou moda chamar professores de “mediadores”, mas uma grande parte não é.

Mediar não é o mesmo que interagir, não é o mesmo que ensinar.

Mediação é muito mais do que isso.

O que então mediar de fato quer dizer?

O que faz um professor mediador?

Podemos dizer que um professor mediador ocupa um papel de intermediário entre os alunos e o conhecimento.

Ou seja, orienta os alunos no processo de construção das suas próprias aprendizagens.

Este tipo de professor não considera os alunos como uma tábua rasa.

Pelo contrário, sabe que os alunos trazem consigo muitas experiências e conhecimentos prévios.

E que além de serem de extrema relevância, certamente podem ser incorporados ao desenvolvimento dos conteúdos escolares.

O professor mediador também busca incentivar seus alunos para que eles possam desenvolver, gradualmente, uma atitude de autonomia, apropriando-se de um senso de  responsabilidade própria.

Ou seja, realizam as tarefas propostas por  entenderem que é importante o cumprimento de acordos estabelecidos e, não, por medo de serem  reprimidos por um professor autoritário.

Um exemplo prático para entendermos o papel de um mediador é pensarmos por exemplo, em um debate político.

Ou nas mesas redondas em congressos.

Sua presença garante o desenvolvimento da ação.

É ele o responsável por dosar as informações dos participantes a fim de construir, pela exata soma das partes, um todo compreensível e imparcial.

É quem coordena o diálogo.

O professor mediador das escolas é mesmo professor mediador em sala de aula?

Atualmente a maioria das escolas públicas conta com um professor mediador.

Mas não é esse que tratamos aqui.

Esse tipo de professor resolve problemas e conflitos que podem tanto ocorrer entre os alunos, como entre alunos e professores.

A única coisa em comum entre eles é que precisam fazer uso de  uma ferramenta fundamental: o diálogo.

mediador

Como então é um professor mediador em sala de aula?

Mediar a aprendizagem é ouvir o que o aluno tem a dizer, é estar aberto a aprender pouco a pouco a nos relacionar uns com os  outros.

Além disso, a mediação tem algumas características muito especiais.

Sem elas, não é mediação, é apenas uma “interação”.

São elas:

  • Intencionalidade e reciprocidade

O mediador precisa querer ensinar o conteúdo com tal paixão e decisão que fará tudo o que estiver ao seu alcance para explicar da melhor forma possível.

Seja adaptando a linguagem ou usando tecnologias disponíveis na escola para que o conceito se torne claro.

A intencionalidade é a soma do objetivo com todas as ações possíveis para que o ensino seja realmente de qualidade.

Além da intencionalidade do professor, o aluno precisa desejar aprender.

E a isso damos o nome de reciprocidade.

Portanto, o mediador usa estratégias adequadas para encantar o aluno desde o princípio.

Para chamar sua atenção, para conquistar sua vontade de aprender.

A mediação é acima de tudo troca.

  • Transcendência

Não basta aprender para fazer uma prova.

É preciso que se aprenda de tal forma que seja possível aplicar o conceito construído em qualquer outra situação ou contexto.

Ou seja, é importante que o aluno compreenda o conceito a ponto de conseguir fazer generalizações.

Isso significa aplicar o aprendido em sua própria vida.

E além disso, conseguir explicar qualquer nova situação em que o conceito esteja presente.

  • Mediação do significado

Um conceito realmente compreendido se interliga a outros conceitos já construídos pelo aluno.

O mediador precisa ajudar o aluno a fazer isso.

Mediar o significado é mostrar aos alunos onde se aplica o conteúdo recém aprendido, de que forma esse conteúdo aumenta a compreensão sobre outros fatos e como o conceito pode ampliar a sua compreensão de mundo.

Tudo isso é mediar o significado de um conceito.

Portanto, um mediador sempre considera em suas atitudes essas três características anteriores.

Mas para que possam ser ainda mais eficazes é importante que suas ações sejam conscientes e planejadas.

Ou seja, não apenas fruto do acaso ou de experiências – ainda que bem sucedidas.

Precisamos agir com nossos alunos sabendo o que queremos e onde pretendemos levá-los com nossa ajuda.

Sem esses pré-requisitos iremos interagir com eles, mas não saberemos se as vitórias ou fracassos dependeram mais de nós ou dos próprios alunos.

Para saber mais:

O perfil do professor mediador

A Mediação Como Princípio Educacional

Mediação Pedagógica na Sala de Aula

“O mediador usa estratégias adequadas para encantar o aluno desde o princípio.”