A desmotivação dos alunos depende e varia em  função das suas cognições motivacionais.

Isso significa que, de forma breve e clara, podemos considerar que a motivação do aluno depende daquilo que o aluno pensa.

Do que o aluno pensa sobre  si, sobre as suas capacidades e sobre as tarefas acadêmicas.

As cognições motivacionais podem agrupar-­se em dois grupos de cognições, que a literatura tem designado de  expectativa e valor.

A expectativa corresponde ao conjunto de crenças e antecipações relacionadas com a possibilidade de obter resultados desejáveis e positivos.

Por exemplo, o  aluno se questiona se será capaz de aprender um determinado conteúdo.

Ou se tem conhecimentos prévios que lhe permitam ancorar as novas  aprendizagens.

E em função das respostas a este tipo de questões, assim o aluno se sente mais ou menos motivado.

Neste conjunto de expectativa, estão incluídas por exemplo,as percepções de capacidade, as crenças de eficácia, ou as percepções de controle.

Estas crenças de expectativa podem ser  positivas ou negativas.

Ou seja, o aluno pode acreditar que conseguirá obter resultados desejáveis,.

Como dominar uma tarefa de aprendizagem, realizar com sucesso um teste ou passar de ano.

Ou  pode acreditar que não conseguirá obter esses resultados, e em função disso fica desmotivado.

Assim, a promoção da motivação nessas situações passará por alterar essas crenças negativas.

O outro ponto importante na motivação ou na desmotivação do aluno é o valor que o mesmo coloca na aprendizagem.

O valor corresponde à importância, à aplicabilidade das atividades e dos resultados de aprendizagem.

Resumidamente, este conjunto de cognições  motivacionais corresponde aos interesses pessoais dos alunos.

À sua maior ou menor orientação para os objetivos acadêmicos.

Se aplicarmos as cognições motivacionais a situações reais de sala de  aula, podemos concluir que os alunos ficam desmotivados por três principais motivos.

Os alunos desmotivados têm dificuldade em aprender

Nesta situação, os alunos são confrontados com o insucesso, a dificuldade, a frustração sucessiva.

Estas situações corroem a motivação, uma vez que o aluno vai inevitavelmente desenvolver crenças de expectativa baixas.

São alunos que deixam de acreditar na possibilidade de atingirem resultados positivos e desejáveis.

Uma vez que se confrontam sucessivamente com o sentimento de incompetência no processo de aprendizagem.

A relação entre a  motivação e a competência acadêmica parece ser circular e recíproca.

Constrangimentos na motivação acarretarão a manutenção de níveis baixos de realização acadêmica.

Que por sua vez enfraquecem as  dimensões motivacionais que seriam os pilares da realização acadêmica.

Assistimos assim  a um círculo vicioso.

A ciclos debilitantes de insucesso que podem justificar simultaneamente a  desmotivação e a descrença nas próprias capacidades.

Os alunos desmotivados julgam que não é importante aprender

Os alunos que acham que os conteúdos e as tarefas acadêmicas se caracterizam pela ausência de relevância e aplicabilidade tendem a ficarem desmotivados em relação à aprendizagem.

As  crenças de valor são bastante baixas, uma vez que as situações de aprendizagem para estes alunos  são desprovidas de utilidade e interesse pessoal.

E acreditando que as situações específicas de  aprendizagem são irrelevantes, os alunos inevitavelmente diminuem os níveis de motivação, e consequentemente o seu envolvimento nas tarefas.

desmotivados

Os alunos desmotivados consideram que não é agradável aprender

Nesta terceira situação, desmotivação acadêmica associa-­se ao fato dos  alunos pensarem e sentirem que as tarefas de aprendizagem são repetidas, maçantes, pouco estimulantes e pouco desafiantes.

Estar em sala de aula é, para estes alunos, desagradável.

O que  resulta em desinteresse seja do ponto de vista comportamental ou do ponto de vista cognitivo.

A ausência de comportamento motivado, não têm a mesma causa, e por isso requer estratégias pedagógicas  diferentes, de forma a funcionar como antídoto à causa da desmotivação.