Atualmente, falamos mais sobre o autismo do que alguns anos atrás, mas ainda é uma discussão muito tímida.

Ainda existem divergências e grandes questões ainda indecifráveis.

O autismo foi descrito pela primeira vez pelo médico Leo Kanner.

O austríaco Hans Asperger também descreveu, em sua tese de doutorado, crianças bastante semelhantes ás descritas por Kanner.

O que é autismo

O autismo, hoje também é chamado de transtorno do espectro autista (TEA).

Isso porque é um grupo de distúrbios do desenvolvimento neurológico de início precoce, caracterizado por comprometimento das habilidades sociais e de comunicação.

O fenótipo dos pacientes com TEA pode variar muito, abrangendo desde indivíduos com deficiência intelectual (DI) grave e baixo desempenho em habilidades comportamentais adaptativas, até indivíduos com quociente de inteligência (QI) normal, que levam uma vida independente.

Estes indivíduos também podem apresentar uma série de outras comorbidades.

Por exemplo hiperatividade, distúrbios de sono e gastrintestinais, e epilepsia.

Acredita-se que fatores ambientais, como infecções ou o uso de determinados medicamentos durante a gestação, tenham papel no desenvolvimento do transtorno.

Mas também estima-se que o TEA seja hereditário em cerca de 50 a 90% dos caso.

Os principais sintomas do autismo

O autismo é um distúrbio com sintomas e graus de manifestações extremamente variadas.

Independente de sua classificação psicogenética ou biológica é notório que a criança autista apresenta déficits na área social, na linguagem e comunicação e no comportamento e pensamento.

A criança autista pode apresentar aparência totalmente normal, e também um perfil irregular de desenvolvimento.

Os principais sintomas do autismo, decorrentes de problemas físicos no cérebro, são:

  • os distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e linguísticas;
  • e as reações anormais às sensações.

As funções ou áreas mais afetadas são:

  • visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo;
  • a fala e a linguagem ausentes ou atrasadas,
  • certas áreas específicas do pensar, presentes ou não,
  • ritmo imaturo da fala,
  • restrita compreensão de ideias o uso de palavras sem associação com o significado
  • e o relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas,
  • respostas não apropriadas a adultos e crianças,
  • objetos e brinquedos não usados de maneira devida.

Além desses sintomas acima citados, os autistas, em casos mais severos podem apresentar:

  • agressividade, auto-agressão, agitação, irritabilidade, déficits de atenção e controle motor.
  • Bem como temor excessivo a objetos inofensivos;
  • ou ausência de medo em resposta a perigos reais e transtornos de humor e afetivos.

O autista na escola

O nível de desenvolvimento da aprendizagem do autista geralmente é lento e gradativo.

Portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno.

É importante destacar que o autismo é muito particular.

Em cada pessoa se manifesta de uma forma ou tem uma dificuldade mais latente.

O conteúdo do programa de uma criança autista deve estar de acordo com seu potencial, de acordo com sua idade e de acordo com o seu interesse.

Se a criança estiver executando uma atividade nova de maneira inadequada, é importante a intervenção rápida do professor.

Mesmo que para isso seja necessário segurar a mão da criança ou até mesmo dizer-lhe a resposta (PEETERS, 1998).

Ensinar coisas funcionais para a criança autista é a essência de um trabalho adequado.

E para isso a persistência é um grande aliado deste objetivo.

 

Levando em consideração que as pessoas com autismo têm uma perturbação no Sistema Nervoso que afetam algumas áreas, e consequentemente dificulta sua interação social e seu domínio de linguagem e comunicação, as práticas pedagógicas devem ser desenvolvidas respeitando essas limitações.

Mas ao mesmo tempo incentivando a superação.

Assim, devem ser criadas também rotinas de trabalho, incluindo a arrumação da sala, a forma de escrever no quadro etc.

Isso porque autistas tem muita dificuldade com quaisquer mudanças bruscas.

Como no autismo há uma restrição ao domínio da linguagem, mas há também uma percepção visual muito apurada, será necessário que o professor selecione atividades e métodos visuais concretos.

Se forem dadas instruções muito longas, o ideal é que se faça por meio de estímulos visuais.

Autistas têm dificuldades em sequências verbais.

Talvez por essa habilidade visual, é que muitos autistas tornam-se bons artistas, desenhistas e programadores de computador.

Caso haja um interesse desses alunos por determinados assuntos, seria ideal estimular e trabalhar com coisas de seu interesse na sala de aula.

Além de instruções claras e precisas, essencialmente funcionais, ligado diretamente a elas, a parceria entre família –escola – profissional competente é de fundamental importância para o progresso e desenvolvimento de uma criança autista.