Uma das dificuldades mais comuns enfrentadas pelo professor é o que se costuma chamar de “controle da disciplina”.

Dizendo assim, dá a impressão de que existe uma chave milagrosa que o professor manipula para manter a disciplina.

Mas não é assim.

A premissa que a disciplina consiste num estado de quietação, aceitação e submissão dos alunos ao professor é de toda falsa.

A sala de aula é um lugar onde os envolvidos do contexto educacional, professor e aluno são agentes com suas devidas importância.

A disciplina da classe está diretamente ligada ao estilo da prática docente.

Ou seja, à autoridade profissional, moral e técnica do professor.

A autoridade profissional se manifesta no domínio da matéria que ensina e dos métodos e procedimentos de ensino.

No tato em lidar com a classe e com as diferenças individuais.

Na capacidade de controlar e avaliar o trabalho dos alunos e o trabalho docente.

A autoridade moral é o conjunto das qualidades de personalidade do professor.

Sua dedicação profissional, sensibilidade, senso de justiça, traços de caráter.

A autoridade técnica constitui o conjunto de capacidades, habilidades e hábitos pedagógico-didáticos necessários ao processo de ensino aprendizagem.

A autoridade técnica se manifesta na capacidade de empregar com segurança os princípios didáticos e o método didático da matéria.

De modo que os alunos compreendam e assimilem os conteúdos das matérias e sua relação com a atividade humana e social.

E apliquem os conhecimentos na prática e desenvolvam capacidades e habilidades de pensarem por si próprios.

A disciplina da classe depende do conjunto dessas características do professor, que lhe permitem organizar o processo de ensino.

Entre os requisitos para uma boa organização do ensino destacam-se:

  • um bom plano de aula, onde estão determinados os objetivos, os conteúdos, os métodos e procedimentos de condução da aula;
  • a estimulação para a aprendizagem que suscite a motivação dos alunos;
  • o controle da aprendizagem, incluindo a avaliação do rendimento escolar;
  • o conjunto de normas e exigências que vão assegurar o ambiente de trabalho escolar favorável ao ensino e controlar as ações e o comportamento dos alunos.

Além de determinar o que farão o professor e os alunos no período escolar, o plano de aula regula a distribuição do tempo, a passagem planejada de uma atividade para outra.

Isso é importante para o andamento sistemático da aula, reduzindo as interferências, as conversas inadequadas e as desobediências.

A motivação dos alunos para a aprendizagem, através de conteúdos significativos e compreensíveis para eles, assim como de métodos adequados, é fator preponderante na atitude de concentração e atenção dos alunos.

Se estes estiverem envolvidos nas tarefas, diminuirão as oportunidades de distração e de indisciplina.

O controle da aprendizagem exige todos esses requisitos.

E implica também o permanente acompanhamento das ações dos alunos.

O trabalho docente deve ter em vista a ajuda aos alunos nas suas tarefas.

O controle sem ajuda pode provocar insegurança nos alunos.

Que às vezes se sentem cobrados a um desempenho para o qual não foram proficientemente preparados.

Por outro lado, a ajuda sem controle não estimula os alunos a progredir e vencer as dificuldades.

A aprendizagem não é uma atividade que nasce espontaneamente dos alunos.

O estudo muitas vezes não é uma tarefa que eles cumprem com prazer.

Por mais que o professor consiga a motivação e o empenho dos alunos e os estimule com elogios e incentivos, frequentemente deverá obrigá-los a fazer o que eles não querem.

Nesse caso, os alunos devem estar cientes de que o não cumprimento das exigências terá consequências desagradáveis.

disciplina

Como a didática pode ajudar

O entendimento da didática como possível solução de conflitos na relação professor-aluno, é centrado no conceito de que ao estudarmos os passos didáticos, é importante assinar que a estruturação da aula é um processo que implica criatividade e flexibilidade do professor.

Logo, regras impostas pelos professores impossíveis de serem questionadas por seus alunos, prejudicam não só a relação dentro da sala de aula.

Mas o processo educativo como todo.

A valorização na relação das partes envolvidas no processo educativo, professor-aluno, transforma o trabalho pedagógico em uma ação conjunta.

Onde as regras criadas em sala são negociadas e cumpridas por todos os participantes do contexto.

A didática também é responsável pela materialização de uma nova consciência docente.

Centrada na divisão de responsabilidades dentro de uma sala de aula.

A disciplina ou a falta dela é de responsabilidades de todos envolvidos no processo.

Pois somente juntos, o professor e o aluno, terão possibilidades de dialogar, negociar, compartilhar e construir um conhecimento em conjunto.