Na metade do século XIX, algumas mulheres começaram a reivindicar seu direito à educação.

No Brasil, por exemplo, as mulheres puderam se matricular em estabelecimentos de ensino somente em 1827.

O direito a cursar uma faculdade só foi adquirido 52 anos depois.

Apenas em 1887 o país formaria sua primeira médica.

As primeiras mulheres que ousaram dar esse passo foram socialmente segregadas.

O ensino proposto, só admitia meninas na escola de 1º grau, sendo que estudos de grau mais alto eram destinados somente aos meninos.

As professoras sempre ganhavam menos, e as que protestavam contra esta situação eram severamente punidas.

Como foi o caso de Maria da Glória Sacramento, que teve seu salário suspenso por se recusar a ensinar prendas domésticas.

1) Nísia Floresta Augusta

mulheresNo século XIX, a primeira escola a ensinar conteúdos científicos para mulheres foi aberta e dirigida por Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto (1810 – 1885).

Ela é também considerada a primeira feminista brasileira.

O feito se deu em 1838, quando Nísia tinha 28 anos.

A escola, localizada no Rio de Janeiro e batizada de “Colégio Augusto”, passou a ensinar gramática, escrita e leitura do português, francês e italiano, ciências naturais e sociais, matemática, música e dança às meninas.

Pioneira na luta pela alfabetização das meninas e jovens.

Também foi uma das primeiras mulheres a publicar artigos em jornais de grande circulação.

Nísia Floresta já considerava que a ideia de superioridade masculina possuía um vínculo com a educação e as conjunturas da vida.

Compreendia também que as diferenças entre os sexos são construções sociais e que não justificam a desigualdade.

Achava que a educação era o primeiro passo para emancipação da mulher.

Traduziu e publicou “Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens”, manifesto feminista de Mary Wollstonecraft.

Militante pelos direitos das mulheres não limitou suas ações a essa questão.

Envolveu-se também nas discussões sobre a escravidão.

Apoiou o movimento abolicionista e republicano.

2) Mariazinha Fusari

A arte-educadora Maria Felisminda de Rezende e Fusari, conhecida como Mariazinha Fusari (1940-2001), foi cofundadora do Núcleo de Comunicação e Educação, da USP (Universidade de São Paulo).

Por meio de seus projetos de pesquisa no campo da relação entre mídia e infância colaborou para a ampliação do diálogo entre os campos de conhecimento da comunicação e da educação.

É considerada até hoje um dos principais nomes da educomunicação no Brasil.

3) Êda Luiz

Coordenadora pedagógica do Cieja (Centro de Integração de Jovens e Adultos) do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.

Êda Luiz transformou a instituição em um lugar onde o aprendizado é percebido e experimentado dentro e fora da sala de aula, extrapolando as disciplinas curriculares.

É responsável por tentar desenvolver um modelo de escola democrática.

Um espaço educativo aberto à comunidade, com acesso livre, sem trancas e de mútuo respeito entre as pessoas.

A educadora assume influência de Paulo Freire, quem conheceu em um curso na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Protagonista de uma história de dedicação à educação, ela já foi também professora em escola rural e na antiga Febem (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor).

4) Maria Teresa Mantoan

A pedagoga brasileira dedica-se, nas áreas de pesquisa, docência e extensão na faculdade de educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ao direito incondicional de todos os alunos à educação escolar de nível básico e superior de ensino.

Uma das maiores defensoras da educação inclusiva no Brasil.

É crítica convicta das chamadas escolas especiais.

Oficial na Ordem Nacional do Mérito Educacional no Grau de Cavaleiro, recebeu reconhecimento a contribuição à educação no Brasil.

5) Maria Victoria Benevides

A socióloga e professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo é uma das principais referências em educação em direitos humanos na escola para a democracia.

Com especialização em ciência política e do direito, a educadora defende que os direitos humanos compreendem também direitos socioeconômicos, culturais e ambientais e são transversais.

Isto é, não se esgotam em uma disciplina.

Também luta para que haja nas escolas uma formação em valores da liberdade, igualdade, solidariedade, tolerância e paz – mais pelo convívio do que pela teoria.

6) Maria Elizabeth de Almeida

Coordenadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

A educadora é defensora do uso das Tecnologias de Informação e comunicação em sala de aula.

Defende que a tecnologia não é um enfeite e o professor precisa compreender em quais situações ela efetivamente ajuda no aprendizado dos alunos.

Uma vez que os estudantes já chegam com o pensamento estruturado pela forma de representação propiciada pelas novas tecnologias.

Estuda formas de utilizar as tecnologias para se aproximar das gerações que hoje estão nos bancos das escolas.

7) Cecília Meireles

Além de ser um dos grandes nomes da literatura brasileira, Cecília Meireles (1901 – 1964) se destaca por sua contribuição expressiva à literatura infantil, com poesias, livros, peças teatrais e cantigas de roda, sendo referência para os educadores que trabalham nesta área.

A autora também fundou a primeira biblioteca infantil do país, no Rio de Janeiro.

Trabalhou na Rádio Ministério da Educação e é uma das signatárias do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que defendia uma escola pública, gratuita, laica e obrigatória, proporcionando o desenvolvimento integral dos indivíduos em todas as etapas de seu crescimento.

Parabéns à todas as mulheres educadoras, cientistas, mães que lutam por uma educação melhor e maiores oportunidades todos.