O método Montessori foi desenvolvido no início do século XX pela médica e educadora italiana Maria Montessori.
Inicialmente, ela trabalhou com crianças em situação de vulnerabilidade social e percebeu que elas aprendiam muito mais quando tinham liberdade para explorar e descobrir por conta própria.
Com base nessa observação, Maria Montessori criou um ambiente de aprendizagem que respeitava o ritmo e os interesses individuais de cada criança.
Assim, o método montessori ou montessoriano tem por objetivo, possibilitar que a criança se desenvolva com base nas próprias necessidades, construindo então a identidade, e adquirindo autonomia e liberdade.
E para que isso ocorra é indispensável um ambiente planejado, que atenda os desejos das crianças, e seja organizado de modo que traga a realidade do mundo, para que tal cenário seja internalizado e aprendido desde a infância (SANTOS, 2020).
Para isso, o ambiente deve estar projetado de acordo com as necessidades das crianças.
Ou seja, os móveis e materiais devem estar adequados ao tamanho dos mesmos e assim estarem dispostos ao alcance de todos, para que tenha acesso total do espaço, se desenvolvendo com as atividades que a sala de aula propicia, adquirindo raciocínio e concentração sem intervenções do professor, somente quando se faz necessário.
Assim, o espaço promove a interação de uns com os outros, e das crianças com meio externo e é por meio das experimentações práticas vivenciadas por elas que serão capazes de conquistar o aprendizado e o desenvolvimento de modo eficaz.
O método é composto por princípios teóricos e práticos, denominados os pilares da Educação Montessoriana.
Os princípios ou pilares teóricos são a Educação Cósmica, Autoeducação e Educação como Ciência.
Já os princípios ou pilares práticos são o Ambiente Preparado, Adulto Preparado e Criança Equilibrada.
Vamos entender melhor cada um desses pilares?
Educação Cósmica
A educação cósmica provém do termo ordem, ou seja, educação organizada.
A criança nasce interessada pelo que está ao seu redor, então se faz necessário que toda atividade educativa esteja em ordem, para que sempre sintam o desejo por aprender conhecendo o ambiente.
Dessa forma, oferecendo uma visão do todo para que a aprendizagem ocorra de forma mais eficiente, necessitando de organização.
É um dos princípios mais importantes da teoria montessoriana.
O professor deve auxiliar o aluno a conhecer o mundo, dessa forma ele irá se comunicar melhor com a natureza e com a sociedade.
Tudo está interligado, existe uma ordem no universo, é importante que o aluno entenda isso.
Autoeducação
O pilar da autoeducação, rompe com a ideia de que as crianças não aprendem por algum motivo já imposto a elas.
Por meio das observações de Maria Montessori, ela percebe como as crianças agem e se expressam quando estão livres, e constata que são capazes de aprender sozinhas.
É como se houvesse dentro de cada criança a necessidade de aprender e interagir com o meio que está inserido.
Maria Montessori priorizou a autoeducação como conquista da própria criança, favorecendo assim, no seu sentido mais completo, o desenvolvimento do potencial criativo, da independência, da disciplina interna e da confiança em si mesmo, o que possibilita que a criança seja protagonista e a verdadeira autora da sua própria aprendizagem (MORAES, 2009).
Educação como ciência
É a maneira que o professor compreende o processo de ensino e a aprendizagem da criança.
É o ensino aprendizado como investigação e levantamento de hipóteses.
Montessori lutava para que as atividades pedagógicas fossem baseadas na experiência, pois através da prática os alunos criam ideias sobre determinada situação.
Quando a criança observa um objeto ela cria hipóteses, constatando em sínteses, que mais tarde se transformaram em novas hipóteses.
Esse princípio da aprendizagem montessoriana leva a criança a raciocinar frente ao que está acontecendo no momento, possibilitando que ela possa alcançar o nível intelectual de seu pensamento.
É a maneira de entender a criança, o que e como está aprendendo, e o fenômeno educativo.
Assim, quando o professor utiliza métodos científicos de observação, hipótese, experimentação, análise e conclusão, pode avaliar cada criança, e o nível de conhecimento absorvido no dia a dia e saberá o quanto sua metodologia está sendo eficaz.
Ambiente Preparado
O ambiente de sala de aula deve ser organizado e preparado para que haja liberdade e independência para os alunos, onde tudo seja organizado, oferecido e preparado para a ação infantil.
É importante que o ambiente da criança fale com ela, que seja do seu tamanho, simples, minimalista mesmo, e que contenha objetos interessantes e importantes para sua caminhada de vida rumo à independência do adulto.
Ou seja, um ambiente que não somente garante o bem-estar emocional, mas que também estimula a independência.
Adulto Preparado
Todos os outros princípios só funcionam quando o adulto que interage com a criança se esforça para, ele também, se transformar interiormente.
Montessori diz que precisamos abandonar o orgulho de sermos adultos, e a ira contra a criança que não se conforma às nossas idealizações, planos e vontades.
Para ela (em um livro chamado A Criança) é necessário que nós passemos a incorporar a caridade em todas as nossas ações para com a criança.
Assim, o adulto preparado é um observador que confia na criança e busca nos atos dela as indicações de suas necessidades.
Depois, pela configuração do ambiente e pelas interações, tenta oferecer os meios para que a criança as satisfaça.
Esse adulto nunca ajuda mais do que o mínimo necessário, abstém-se de colaborar sempre que a criança acredita que pode agir sozinha e garante, a todo momento, que sua presença possa ser sentida caso seja necessária.
Criança Equilibrada
A criança nasce com o que Montessori chamou de guia interior.
Existe, na criança pequena, algo que indica qual o tipo de esforço necessário nessa fase da vida (andar, pular, correr, falar, aprender isso ou aquilo).
Se esse guia puder efetivamente direcionar a ação da criança e os adultos souberem oferecer os meios adequados para o desenvolvimento, a criança alcança um estado emocional e psicológico de graça.
Ela alcança o equilíbrio interior e se torna, primeiro, muito mais concentrada, e em seguida a um só tempo mais feliz, generosa, esforçada, cheia de iniciativa e independência e consideração pelo outro.
A bem da verdade, o equilíbrio natural da criança pequena é o único e verdadeiro objetivo de todo o trabalho montessoriano, é aqui que queremos chegar e é daqui que partimos para todo o trabalho educacional.
Maria Montessori diz que a criança nasce com o potencial criador e tem a capacidade de aprender sozinha, desde que seja dada as condições necessárias, para que possa se conectar com o próprio interior, explorando as potencialidades, a imaginação, desenvolvendo as habilidades para construir o pensamento crítico, que será logo aguçado desde a primeira infância, para que quando adultos sejam resolvidos para decidir situações e tomar decisões.
Portanto, o método montessoriano respeita a autonomia das crianças e valoriza a independência do aluno de conquistar o aprendizado sem que o adulto necessite preenchê-la de informações.
Para Maria Montessori a criança é construtora do processo de ensino e aprendizagem, desde que esteja em um ambiente que estimule as manifestações de interesse de cada um, contando com o apoio de materiais específicos e buscando proporcionar interações entre criança e adulto e ao meio que está inserido, respeitando as particularidades de cada sujeito em aprender de acordo com o próprio desejo, tempo e ritmo, promovendo a liberdade de se expressar nas ações realizadas no espaço.
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