A internet está cada vez mais presente no cotidiano dos alunos.
E pode contribuir com inúmeras possibilidades de pesquisa para professores e alunos, dentro e fora da sala de aula.
Ensinar na e com a internet atinge resultados significativos quando se está integrado em um contexto estrutural de mudança do processo de ensino-aprendizagem, no qual professores e alunos vivenciam formas de comunicação abertas, de participação interpessoal e grupal efetivas.
Caso contrário, a internet será uma tecnologia a mais, que reforçará as formas tradicionais de ensino.
A internet não modifica, sozinha, o processo de ensinar e aprender.
Mas a atitude básica pessoal e institucional diante da vida, do mundo, de si mesmo e do outro.
A palavra-chave é integrar.
Integrar a internet com as outras tecnologias na educação – vídeo, televisão, jornal, computador.
Integrar o mais avançado com as técnicas convencionais.
Integrar o humano e o tecnológico, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa, aberta.
Há um pouco de confusão entre tecnologias interativas – que permitem participação – e processos interativos.
Uma tecnologia pode ser profundamente interativa, mas não significa que automaticamente seja interativa no sentido profundo.
As pessoas podem manter formas de interação autoritárias, dependentes, contraditórias, abertas.
Fala-se das inúmeras possibilidades de interação, de troca, de pesquisa.
Elas existem.
Mas, na prática, se uma escola mantém um projeto educacional autoritário ou controlador, a internet não irá modificar o processo já instalado.
A internet será uma ferramenta a mais que reforçará o autoritarismo existente.
A escola fará tudo para controlar o processo de pesquisa dos alunos, os resultados esperados, a forma impositiva de avaliação.
Os alunos, eventualmente, ou alguns professores poderão estabelecer formas de comunicação menos autoritárias.
Mas, para isso, precisam contrariar a filosofia da escola, mudando-a por conta própria, sem o endosso institucional.
A internet é uma ferramenta fantástica para buscar caminhos novos, para abrir a escola para o mundo, para trazer inúmeras formas de contato com as pessoas.
Mas essas possibilidades só se concretizam, se, na prática, elas estão atentas, preparadas, motivadas para querer saber, aprofundar, avançar na pesquisa, na compreensão do mundo.
Quem está acomodado em uma atitude superficial diante das coisas pesquisará de forma superficial.
Se somos pessoas abertas, nós as utilizaremos para comunicar-nos mais, para interagir melhor.
Se somos pessoas fechadas, desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial.
Se somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o nosso poder.
O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias, mas nas nossas mentes.
Ensinar com a Internet será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas do ensino.
Caso contrário, servirá somente como um verniz, um paliativo ou uma jogada de marketing para dizer que o nosso ensino é moderno.
A profissão fundamental do presente e do futuro é educar para saber compreender, sentir, comunicar-se e agir melhor, integrando a comunicação pessoal, a comunitária e a tecnológica.
A internet pode favorecer o ensino tanto por proporcionar pesquisas mais dinâmicas como por facilitar a comunicação.
Você usa a internet nas suas aulas?
Conte para nós como você usa.
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