Atividades práticas podem ser entendidas como tarefas educativas que requerem do estudante a experiência direta com o material presente fisicamente, com o fenômeno e/ou com dados brutos obtidos do mundo natural ou social.
Nesta experiência, a ação do aluno deve ocorrer por meio da experiência física.
Seja desenvolvendo a tarefa manualmente, seja observando o professor em uma demonstração.
Desde que, na tarefa, se apresente o objeto materialmente.
A definição de atividade prática tem como ponto central a presença material dos objetos, espécimes ou fenômenos a serem investigados.
Independentemente do tipo de contato que os estudantes estabelecem com eles.
Há, entretanto, outras definições na literatura.
Como as de Krasilchik (2008) – que não considera as demonstrações como atividades práticas por não envolverem, diretamente, os alunos na obtenção dos dados.
E as de Barreto Filho (2001) que incluem até procedimentos de leitura e de escrita como atividades práticas.
Desde que objetivem a obtenção de informações por parte dos alunos.
Cabe a você professor, elaborar estratégias metodológicas que favoreçam uma maior interatividade entre os objetos de estudo e os alunos.
Assim como entre aluno-aluno e aluno-professor, o que podemos chamar de interatividade social – social on – de modo a favorecer a construção de significados pelos educandos.
Importante ressaltar que o intuito não é colocar um tipo de atividade prática como melhor que outra.
Mas é importante que você as use sabendo com clareza o que são.
Que tipo de atividade prática você costuma fazer com seus alunos?
Demonstrações práticas
As demonstrações práticas são atividades realizadas pelo professor, às quais o aluno assiste sem poder intervir.
Possibilita aos alunos maior contato com fenômenos já conhecidos, mesmo que ele não tenha se dado conta deles.
Possibilitam, também, o contato com coisas novas, como: equipamentos, instrumentos e fenômenos.
A utilização de demonstração é justificada em casos em que o professor deseja economizar tempo.
Ou não dispõe de material suficiente para a toda a classe.
Serve também para garantir que todos vejam o mesmo fenômeno simultaneamente.
Como ponto de partida comum para uma discussão ou para uma aula expositiva.
Nesse caso, a interatividade entre os alunos e os fenômenos/objetos é muito reduzida, não havendo interatividade física direta (hands on).
Entretanto, esta prática pode proporcionar interatividade emocional (hearts on).
Sobretudo quando se trata de recursos atrativos.
Como, por exemplo, reações químicas do tipo “show de ciência”.
Vale ressaltar que nenhum dos tipos de interatividade garante a interatividade intelectual (minds on).
Cabe ao professor problematizar as demonstrações práticas de modo a propiciar o engajamento intelectual dos alunos com os objetos e fenômenos apresentados.
Da mesma forma, os alunos podem ser organizados em grupos para discutir determinadas questões que envolvam os objetos de estudo, favorecendo, assim, a interatividade social (social on).
Experimentos ilustrativos
São atividades que os alunos podem realizar por si mesmos.
Mas que cumprem as mesmas finalidades das demonstrações práticas, possibilitando um maior contato com fenômenos já conhecidos.
Portanto, estas atividades envolvem, necessariamente, a interatividade física.
E propiciam, também, a interatividade social quando os alunos realizam os experimentos em grupos.
Da mesma forma que os experimentos demonstrativos, a ocorrência da interatividade intelectual dependerá de estímulos do professor.
Como, por exemplo, por meio de problematizações, sendo, entretanto algo muito individual.
Isso significa que, depende também da predisposição do aluno a se engajar intelectualmente com o objeto de estudo.
A interatividade emocional é igualmente particular.
De modo que, para alguns alunos, um determinado experimento pode ser extremamente emocionante, não tendo, para outros, nenhum significado emocional ou afetivo.
Experimentos descritivos
São atividades que o aluno realiza, não sendo, obrigatoriamente, dirigidas o tempo todo pelo professor;
Favorece o contato direto do aluno com coisas ou fenômenos que precisa apurar.
Sejam elas comuns ou não no seu dia a dia.
A interatividade física e intelectual assume um lugar de destaque nesse tipo de atividade.
Promove também, a interação social entre os alunos, quando realizada em grupos.
E entre os alunos e o professor, já que este pode dar uma atenção mais individualizada aos grupos.
Este tipo de atividade prática, por se basear no “descobrimento” de fenômenos por parte dos estudantes – que deverão tanto descrever os fenômenos observados, como chegar às suas próprias conclusões sobre eles –, aproxima-se das atividades investigativas.
No entanto, não implicam a realização de testes de hipóteses.
Experimentos investigativos
Os experimentos investigativos, ou atividades práticas investigativas, são aqueles que exigem grande participação do aluno durante sua execução.
Diferem das outras atividades por envolverem, obrigatoriamente, discussão de ideias, elaboração de hipóteses explicativas e experimentos para testá-las.
Este tipo de atividade estimula, ao máximo, a interatividade intelectual, física e social.
Contribuindo para a formação de conceitos.
Ensino por investigação é o mesmo que uma prática investigativa?
Apesar de haver uma falta de consenso acerca das atividades investigativas, podemos assinalar, como ponto de convergência entre as diversas concepções, a presença da problematização e a perspectiva de aproximar a atividade dos cientistas ao ensino de ciências.
A perspectiva do ensino com base na investigação possibilita o aprimoramento do raciocínio e das habilidades cognitivas dos alunos.
E também a cooperação entre eles, além de possibilitar que compreendam a natureza do trabalho científico.
Atualmente, a investigação é utilizada no ensino com a finalidade de desenvolver habilidades cognitivas nos alunos.
Tais como: elaboração de hipóteses, anotação e análise de dados e o desenvolvimento da capacidade de argumentação.
Há algumas concepções equivocadas acerca do ensino por investigação:
A partir das colocações acima, é importante distinguir o “ensino por investigação” das “atividades práticas investigativas”.
O primeiro é uma perspectiva de ensino baseada na problematização, elaboração de hipóteses e teste de hipóteses.
Seja por meio da pesquisa, seja por meio da experimentação.
Portanto, pode envolver ou não atividades experimentais.
As atividades práticas investigativas situam-se no contexto do ensino por investigação, compartilhando os mesmos objetivos.
Entretanto, baseiam-se, imprescindivelmente, na experimentação.
A atividade prática é um exercício possível do ensino investigativo.
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