Reconhecendo a importância da motivação nos processos de aprendizagem, importa então discutir estratégias práticas para promover a motivação dos alunos.
Estas estratégias deverão ser encaradas de forma pragmática e realista, adaptadas aos contextos específicos.
E às características dos alunos e dos professores, ao nível de escolaridade e à área curricular em questão.
No entanto, mais importante do que pensar em estratégias é necessário entender alguns pressupostos de como a motivação funciona.
E como tal, sofre flutuações e variações.
É necessário tomar consciência que a motivação não é necessariamente estável.
E que algum decréscimo e variações na motivação acadêmica dos alunos são previsíveis e normativas.
Não podemos esperar que os alunos se envolvam e interessem por todos os conteúdos, todos os dias e em todas as situações.
Como a motivação é multi determinada, o professor não é responsável por tudo.
Nem é capaz de mobilizar a motivação de todos os alunos.
No entanto, a investigação enfatiza o papel do professor na ativação e manutenção da motivação dos alunos.
Considerando-o como o agente educativo com mais poder e impacto na promoção da motivação dos alunos.
Assim, e apesar desta dimensão não ser explícita naquelas que são as funções do professor, se os professores se demitirem da tarefa de motivar os alunos, então as repercussões serão gravemente danosas.
Principalmente em situações em que os alunos ainda não conseguem desencadear mecanismos de auto-motivação.
O estimulo da motivação é parte da dimensão do currículo oculto.
De acordo com a teoria da aprendizagem social (Bandura, 1977), a observação de modelos é determinante na aprendizagem e no desenvolvimento.
Também a nível motivacional os professores são modelos.
Por isso a motivação dos alunos e a motivação dos professores podem ser consideradas faces de uma mesma moeda.
Idealmente, ao longo da escolaridade os alunos vão conseguindo gerir cada vez melhor a sua própria motivação, encontrando estratégias para se auto motivarem.
No entanto, o professor exerce sempre um impacto decisivo na motivação dos alunos a partir do seu próprio comportamento motivado.
Desta forma, é importante que os professores reflitam sobre os seus próprios níveis de motivação.
E sobre as repercussões nestes níveis motivacionais no seu comportamento enquanto professor.
Tendo em conta variados fatores, é assumido que este é um tema delicado e controverso atualmente.
Não obstante isso, os processos de ensino aprendizagem continuam, e por isso mesmo, será necessário que os professores se autorregulem.
E que se questionem sobre o tipo de modelos motivacionais que são.
O estabelecimento de uma relação pedagógica estruturada a partir da definição de regras claras e firmes de comportamento e de trabalho, tradutora de uma relação de interesse genuíno por cada aluno, com uma eficaz gestão da sala de aula, permitirá ao aluno perceber uma maior legitimidade e credibilidade por parte do professor.
E consequentemente, potenciar o impacto do professor no aluno.
Se o professor considera que é necessário motivar um aluno, será prioritário começar por compreender porque é que o aluno está pouco ou nada motivado.
Não existem estratégias universais de promoção da motivação.
E mais do que isso, a intervenção deve ser lógica e sequencial.
Nesse sentido, importa compreender em primeiro lugar porque é que os alunos estão desmotivados.
Deixar um comentário