O texto científico em geral é dividido em seções.
Os principais componentes da maioria dos textos científicos são:
Tais componentes são apresentados na forma de seções geralmente organizadas nessa mesma sequência.
Essa estrutura tem o objetivo de conduzir e convencer o interlocutor.
Por conta desse objetivo utilizamos expressões para chamar a atenção do leitor.
As quais são empregadas pelo autor geralmente no sentido de destacar os pontos de interesse de sua pesquisa.
O uso de instruções ou diretrizes é também uma forma de induzir o leitor a percorrer no texto o caminho desejado.
Outra estratégia é o direcionamento explícito do discurso ao leitor.
O que demonstra diretamente a sua importância na construção e apresentação do trabalho.
O título
O título é o primeiro contato do leitor com o texto.
Deve apresentar características para despertar o potencial interesse pelo trabalho
Por isso, se utilizam “palavras mágicas”.
Determinadas pelo momento histórico ou sua apresentação de forma concisa e informativa.
O título frequentemente fornece indicações claras sobre o objetivo, o objeto e/ou, em alguns casos, a metodologia da pesquisa.
Deve-se ter cuidado em evitar expressões que aumentam o tamanho do título, sem efetivamente contribuir para explicar o conteúdo do trabalho.
Ou expressões que possam causar a impressão de que o trabalho é superficial.
O que, mais uma vez, evidencia a preocupação do autor com seu interlocutor.
Quantos textos você já abriu porque o título tinha o que você procurava?
Resumo
O resumo do texto científico também costuma ser objeto de cuidadosa atenção durante seu processo de elaboração.
Uma vez que, geralmente, é o primeiro texto lido pelo examinador da monografia, tese ou dissertação, bem como pelo assessor do periódico para quem o artigo é enviado.
Se ao analisar o resumo de um trabalho, um leitor não compreender plenamente o conteúdo da pesquisa ou não for convencido de sua relevância, poderá decidir por não ler o trabalho na íntegra.
Como então escrever um resumo?
Os resumos dos textos científicos caracterizam-se por apresentar basicamente:
Tais componentes são os mais relevantes para fazer uma síntese do texto científico.
Introdução
A introdução ilustra aspectos da linguagem com funções não somente informativas, mas também retóricas.
Essa seção frequentemente apresenta, além da contextualização do trabalho (descrição do assunto que foi investigado) e de seus objetivos, as justificativas para sua realização.
É aqui que se desenvolve o referencial teórico que dá suporte ao trabalho.
E mostra seus pontos de partidas.
As justificativas, podem aparecer em diferentes momentos do texto, embora sejam mais recorrentes na Introdução (quando se indica qual o problema de pesquisa a ser resolvido).
Ou nas conclusões (para reafirmar a importância do trabalho).
Geralmente as justificativas fazem referência aos aspectos positivos do trabalho.
E se configuram em estratégias de auto fortalecimento do texto.
Uma delas é a indicação dos aspectos inovadores da pesquisa.
A indicação das aplicações da pesquisa ou extrapolação dos dados também são recursos de valorização do próprio trabalho empregados no texto científico.
Sua utilização objetiva buscar apoio do leitor, apresentando as vantagens da pesquisa.
Seja para ele próprio, ou para sua comunidade científica ou para a sociedade em geral.
A presença desses recursos no texto mostra também a subjetividade do discurso científico.
Uma vez que a listagem dos aspectos positivos da pesquisa é elaborada tanto em função do que o autor julga ser importante quanto do que ele supõe ser relevante para o leitor.
Em geral, para começar o texto e sustentar sua pesquisa, o autor precisa de fatos bem estabelecidos.
Ou seja, não mais questionados pela comunidade científica.
O que é de consenso.
Com esse recurso, demonstra ao leitor o conhecimento que tem sobre o tema.
Reconhecendo os antecedentes ou pioneiros de sua área de pesquisa, ou revelando-se atualizado quanto aos avanços mais recentes.
característica do discurso científico e destaca que as citações no texto científico frequentemente representam um trabalho de reformulação, síntese e seleção do texto relatado.
Mesmo respeitando a informação original do texto, o autor o utiliza e o manipula a serviço dos seus próprios objetivos e intenções diante da nova situação enunciativa (elaboração do novo texto).
tal sutileza do discurso científico ao afirmar que uma dessas estratégias de utilização das citações, talvez a mais frequente nos textos científicos, é o fortalecimento dos trabalhos similares ao do autor.
Materiais e métodos
A grosso modo, é a descrição dos métodos empregados na pesquisa.
O que você fez para ter seus resultados?
Coloque tudo aqui!
Quando se segue um protocolo experimental de outro pesquisador se utiliza a citação do mesmo.
Nos casos da área “hard” da ciência, além da presença da citação bibliográfica dos métodos empregados no trabalho, o discurso científico revela ainda outras preocupações dos autores.
Tais como:
No caso das ciências humanas, há a descrição das etapas cumpridas, do referencial metodológico e dos objetos da pesquisa.
Independente da área, nos materiais e métodos é necessário proporcionar ao leitor a capacidade de julgar e compreender o que foi realizado para chegar aos resultados.
Resultados
Na seção Resultados os dados são descritos no texto e/ou apresentados na forma de tabelas e figuras.
O que foi que você descobriu?
Quais resultados obteve?
No caso da utilização de gráficos, tabelas e imagens é importante fazer uma descrição do conteúdo das mesmas, do que elas informam.
Argumentos cada vez mais complexos podem ser construídos a partir dos dados.
Discussão
A discussão dos resultados é a seção onde se relaciona os dados do trabalho com informações oriundas da literatura.
Uma articulação, portanto, necessária na construção do texto científico é a relação entre dados do trabalho e a teoria trazida na introdução.
Geralmente escrevemos textos científicos considerando nossos “pares”.
Ou seja, leitores que também sejam especialistas na área e conhecedores das teorias que embasam os estudos em determinado campo do conhecimento.
Por isso é sempre bom considerar a existência de possíveis contra-argumentos.
Tente prever as objeções do leitor, as possíveis falhas e, dessa forma, antecipe suas respostas.
Sempre leve em consideração: “que tipo de objeções deve ser levado em conta?”.
A utilização desses recursos argumentativos é mais comum do que se imagina e, no mínimo, deixam dúvidas sobre a suposta neutralidade da linguagem científica.
Uma análise refinada do texto científico mostra que outros recursos são habilidosamente acrescentados, como, por exemplo, as estratégias de utilização das citações bibliográficas.
Ou seja, além de garantir que os leitores fiquem “paralisados” diante da grande quantidade de citações e referências, os autores as apresentam de tal maneira em que todas elas estejam assentadas para seus objetivos específicos e alinhadas com um só propósito: dar sustentação à tese.
Logo, tanto o político quanto o cientista adequam observação aos seus interesses.
Conclusão
As conclusões do trabalho, além de relatar resumidamente as conclusões em si, reforçam os argumentos do trabalho.
Inclusive os já mencionados em outras seções, indicando suas aplicações, destacando seus aspectos inovadores etc.
Em alguns casos, também são mencionadas possibilidades de trabalhos futuros que podem ser desenvolvidos com base na pesquisa em questão.
O que você concluiu em relação aos dados que você tem?
Como isso se relaciona com seu texto inicial e seus objetivos?
Outras características do texto científico
Umas das técnicas para fortalecer seu texto é a oposição de contra-argumentos.
De tal maneira que um invalida o outro.
Na existência de dois textos (ou mais) que se oponham ao trabalho do autor, mas que apresentem diferenças entre si, o autor ressalta tais discrepâncias e confronta esses textos de forma que um enfraqueça o outro.
Dessa forma, dois contra-argumentos perigosos se tornam impotentes.
Cabe destacar que o cuidadoso emprego das citações no texto científico aponta para um aspecto do discurso científico que o assemelha ao discurso político: a não imparcialidade da observação.
E, por isso mesmo, a seleção e ajuste das informações em função do próprio interesse do locutor.
O discurso científico pode ser concebido como uma constante batalha para convencer o leitor da relevância e veracidade do que você pesquisa e escreve.
Assim, além das várias citações bibliográficas que são habilidosamente agregadas ao texto, outra manobra também é comum.
A incorporação de “autoridades” ao texto científico.
Isto é, aliados que, devido a seu reconhecido mérito na área, proporcionam crédito ao trabalho do autor.
A incorporação de “autoridades” é uma característica do discurso que se revela principalmente por meio de alguns elementos presentes no texto.
Um deles é a citação de autores reconhecidos na área.
Ainda tem dúvidas sobre o texto científico?
Escreva para nós!
Obrigado pelo documento, foi bom me ter ajudado a aprender estrutura básica.