A história em quadrinho pode ser um ótimo aliado em sala de aula.
Mas é necessário apropriar de maneira crítica e consciente deste recurso didático no intuito desenvolver seus objetivos educacionais de maneira divertida.
Pode-se dizer que o único limite para seu bom aproveitamento em qualquer sala de aula é a criatividade do professor.
E a sua capacidade de bem utilizá-los para atingir seus objetivos de ensino.
Para isso, a aplicação das HQs deve ser adaptada ao cronograma do curso para ser utilizada na sequência normal das atividades e sem qualquer destaque em relação a outras linguagens ou alternativas didáticas.
E não é apenas para a Língua Portuguesa que os quadrinhos auxiliam no ensino.
Disciplinas como História, Geografia, Artes, Ciências e Biologia também são beneficiadas.
Por que?
Porque, independente da matéria, as histórias em quadrinhos podem ser utilizados na contextualização do conteúdo, como recurso avaliativo e no incentivo à leitura e à escrita.
Vamos entender melhor cada uma dessas funções.
A história em quadrinho é uma ótima ferramenta para contextualização do conteúdo.
É utilizada para ampliar a possibilidade de compreensão.
Integrando um determinado tema a uma linguagem agradável, mais próxima do educando.
Essa estratégia pode ser usada no intuito de quebrar o paradigma de conteúdo de difícil compreensão para a maioria dos alunos.
Buscando uma abordagem mais lúdica que pode facilitar a construção de uma aprendizagem significativa.
A utilização de quadrinhos neste caso permite a construção de cenários, a criação de personagens e caracterização dos mesmos.
O conteúdo ganha ação, movimento e diálogo.
Deixa de ser uma leitura distante, para poder dialogar com o estudante de forma objetiva.
Por meio de elementos linguagem verbal e não-verbal que atendem a diferentes estilos de aprendizagem.
Avaliar por meio de uma história em quadrinho?
Sim! Isso é possível!
Neste contexto a tirinha pode ser utilizada no enunciado da questão, para contextualizar a situação problema.
Ou então nas alternativas de questões objetivas para criar diferentes respostas para a apresentação dos resultados.
A avaliação pode ser feita ainda quando os alunos constroem a história em quadrinhos sobre determinado tema.
No incentivo a leitura, as histórias em quadrinhos, com seu formato dinâmico, mesclando texto e desenhos e atraem a atenção de todos que as leem.
Podem ser utilizados para despertar e motivar jovens no gosto pela leitura.
Pode ser uma porta de entrada para o mundo dos livros, quando as HQs são exploradas em função das linguagens utilizadas.
Entretanto o professor deve ficar atento, porque é muito mais fácil e dinâmico ler uma HQ que ler um livro “cheio de letras”.
A história em quadrinhos também pode ser usada como recurso para incentivo à escrita.
O próprio aluno pode ser levado a escrever sobre um determinado tema utilizando-se dos quadrinhos.
Seja para a apresentação de um contexto ou uma situação.
Mas como eu aplico nas aulas?
É importante lembrarmos que desde 2009 as histórias em quadrinho fazem parte de avaliações como o ENEM.
Já que é uma linguagem que articula três códigos distintos (o visual, através dos quadros; o esquemático, através da articulação entre os quadros; e o verbal, não obrigatório, vale lembrar, através dos textos das personagens e/ou dos narradores).
As histórias em quadrinhos podem ser utilizadas para iniciar assuntos e chamar a atenção dos alunos como forma de humor na aula.
Como por exemplo, esse quadrinho que trouxemos sobre o efeito estufa, pode ser utilizado para iniciar uma discussão sobre o efeito estufa e nossas ações cotidianas.
E também serve como ferramenta de produção, já que você pode pedir para os alunos produzirem uma curta história de determinado tema.
Ou ainda, completar uma história. Por exemplo dar um final para uma história em quadrinhos apresentada na aula.
Além disso é importante lembrar que apresentar um tema abstrato a partir de um personagem ajuda os alunos a compreenderem os conceitos.
As histórias em quadrinho produzidas pelos alunos, de maneira individual ou coletiva, podem ser trocadas entre eles ou apresentada a sala toda.
A partir disso é possível avaliar o que os alunos compreenderam de determinado conceito, o que eles consideram importante e o que você precisa retomar.
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