O memorial é apresentado em concursos para ingresso e promoção na carreira docente e em exames de seleção ou de qualificação.
Ele permite aos leitores perceberem o conjunto de atividades desenvolvidas e, principalmente, as impressões do autor sobre essas atividades, evidenciando seu amadurecimento profissional.
Os memoriais permitiram conhecer o ponto de vista crítico e metateórico do pesquisador.
Permite que você analise seu próprio percurso de formação e produção acadêmica ao longo dos anos.
Os memoriais são escritos na primeira pessoa do singular, da mesma forma que as cartas, as confissões, os diários e as memórias.
Esse gênero de escrita de si expõe as razões do sujeito na sua parcialidade e subjetividade.
Trata-se de um gênero que produz um certo grau de desconforto entre os pesquisadores acadêmicos.
Uma vez que, por razões de ofício, escrevemos na terceira pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural, na pretensão de produzir os efeitos de imparcialidade e impessoalidade.
O Memorial é o mesmo que um currículo?
O memorial, assim como o currículo, inclui a fase de formação do candidato, destacando momentos mais significativos e experiências relevantes da atividade profissional.
A demonstração do amadurecimento intelectual baseia-se na enumeração da própria produção científica, formação profissional, atuação educacional e administrativa e possíveis reflexos das atividades profissionais na sociedade não acadêmica.
Porém, a simples enumeração dessas atividades é insuficiente para mostrar esse amadurecimento intelectual.
Por isso o Memorial deve incluir a abordagem do autor sobre essas atividades.
É um texto crítico em que o autor enfatiza as partes mais relevantes de sua formação.
É nesse momento que o Memorial não segue regras estabelecidas, mas dá ao autor a liberdade de mostrar a própria abordagem sobre sua história profissional.
São exatamente nessas diferentes abordagens que se separam os autores, pois elas são produtos não apenas do que se fez, mas fundamentalmente dos valores que se atribuiu a cada coisa que se fez.
Assim, a estrutura do Memorial deve ser flexível o suficiente para que se possa mostrar nele esse diferencial.
Sem isso, o Memorial perde a sua maior contribuição e transforma-se num currículo expandido.
A estruturação dessa apresentação depende da criatividade de seu autor, sendo ela também um reflexo de sua formação.
Portanto, o autor do Memorial deve sentir-se livre para inovar e mostrar, por meio dessa liberdade, sua abordagem,
seus valores e bases teóricas na escalada da própria formação.
Ou seja, imaginar-se escrevendo um capítulo da própria vida.
O autor pode, por exemplo, dividir suas atividades em capítulos e, ao iniciar cada capítulo, fazer uma descrição de suas impressões e posições sobre o tema, após a qual poderá listar as atividades significativas.
Outra alternativa é incluir os comentários no início de cada bloco de atividades dentro de cada capítulo.
O que colocar no memorial
A parte estrita para apresentação das atividades pode seguir alguns padrões.
Mais algumas dicas
No memorial para o concurso para obtenção de título de Livre-Docente, deverão estar destacados os títulos, trabalhos e atividades posteriores à obtenção do título de doutor, utilizando-se o sinal +.
No memorial para o concurso de Professor Titular, deverão ser destacados os títulos, trabalhos
e atividades referentes aos cinco anos anteriores à inscrição, utilizando-se o sinal *.
Sempre deverá ser indicada a data de realização de cada atividade e de publicação dos trabalhos.
Todos os títulos, trabalhos e atividades citados no memorial deverão ser devidamente comprovados.
Com cópias de diplomas, certificados, correspondência relativa à aceitação de trabalhos em congressos, exemplares de revistas com artigos publicados, teses, livros, atestados referentes às atividades didáticas, orientação de alunos, participação em comissões julgadoras da carreira docente etc.
No ato da inscrição ao concurso, deverão ser entregues a quantidade de cópias de memoriais descritas no edital.
E apenas uma cópia de cada documento comprobatório.
É bom que o candidato tenha uma cópia de cada trabalho que tiver entregado com o memorial.
Para seu uso durante o concurso (se o trabalho for escolhido para a prova de arguição e o candidato quiser estudá-lo)
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