O planejamento curricular começa com um momento de levantamento de alguns aspectos:
Qual é a realidade social, política, econômica e religiosa em que a escola está inserida?
Quais teorias educacionais e filosóficas orientam o ensino nessa escola?
Que fatores sócios culturais e psicológicos podem interferir no processo educacional?
Que bases legais orientam e estabelecem normas para a escola?
Após o levantamento destes elementos, é hora de pensar em outros pontos:
Mas o que essas coisas têm a ver com o planejamento curricular?
Todos esses elementos são importantes para justificar cada tópico do currículo.
A justificação curricular é fundamental para determinar as bases, fatores e influências que legitimam os vários elementos que estrutura e os organiza num todo coerente.
A ausência de justificação de um plano curricular pode levar a imposição de um plano que não foi discutido pelos demais participantes.
Mas como colocar tudo isso no papel?
No planejamento registra-se as finalidades (propósitos), experiências de aprendizagem (designando o conteúdo e a sua relação com os processos de aprendizagem), organização (incluindo aspectos estruturais, metodológicos e contextuais do ensino) e avaliação.
De maneira geral, um currículo contém o enunciado das finalidades e objetivos pretendidos.
Além de propor ou indicar uma seleção e organização de conteúdos de ensino, implica ou sugere modelos.
Bem como métodos e atividades de ensino aprendizagem, que alcancem os objetivos e da organização de conteúdos que exige.
E por fim, um plano de avaliação dos resultados da aprendizagem.
Estas componentes fundamentais devem estar presentes de modo explícito ou implícito
E, na medida do possível, de forma integrada.
Por integrada me refiro a um planejamento que não privilegie um ou outro elemento mais que outros.
Os componentes devem se complementar e por isso, tem a mesma importância.
Qualquer que seja o modelo adaptado se escreve o plano curricular com os seguintes elementos:
Contexto e justificação
A explicitação do contexto e justificação fornece o quadro de referência, orientação e fundamentação do plano curricular, nas suas finalidades e objetivos e no seu modelo estrutural.
É a base do currículo, o ponto de partida.
Quadro de objetivos
O estabelecimento de um quadro de objetivos preenche a necessidade de definir a intencionalidade fundamental do plano curricular.
É a direção do currículo, os resultados ou produtos que se esperam alcançar.
Como a própria expressão quadro sugere, é uma sequência de objetivos, em diferentes níveis de generalidade/especificidade, explicitando a sua relação.
Roteiro ou mapa de conteúdos
A explicitação do conteúdo do currículo realiza-se por meio de um roteiro de matérias ou conteúdos.
Esse roteiro indica não apenas os selecionados, mas sobretudo organiza a ideia de um mapa que trace as suas relações mútuas e o roteiro que propõe.
Plano de organização e sequência do ensino-aprendizagem
A organização e sequência do processo de ensino-aprendizagem deve ser planificada em termos de tipos de atividades, experiências e situações de aprendizagem.
Esse plano inclui as ações do professor e ações do aluno.
Como por exemplo estratégias/métodos, atividades, materiais e meios de ensino-aprendizagem.
Um currículo implica ou manifesta alguns modelos ou padrões de ensino, requeridos pela orientação educativa, pelos objetivos ou pela própria organização dos conteúdos.
Em termos do processo de desenvolvimento curricular, é, sobretudo, nesta componente que a fase de planeamento curricular se aproxima mais da de implementação do currículo.
Plano de avaliação
A avaliação define o plano de apreciação dos resultados reais de aprendizagem, procurando indicadores que evidenciem a aprendizagem.
É por meio da avaliação que se compara os resultados com os objetivos pretendidos, para que se possa aperfeiçoar o programa e o processo de ensino.
Referência a condições de execução prática
A referência a fatores de organização escolar, estruturas e meios é necessária para garantir a condição de realizar o currículo planejado.
Do ponto de vista teórico, a concepção do plano viria primeiro e deveria demandar determinadas condições de implementação.
Mas o que acontece é quase sempre o inverso: o plano curricular elaborado tem de se adaptar, desde logo, às condições da sua inserção e aos fatores de organização escolar que o limitam ou enquadram.
A explicitação das condições de execução do plano curricular visa, mais uma vez, aproximar o planejamento da implementação curricular, no sentido de encontrar o ponto de equilíbrio entre as exigências normativas de um plano e a situação real onde vai ser executado.
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