O ensino híbrido mescla momentos em que o aluno estuda os conteúdos e instruções usando recursos online, e outros em que o ensino ocorre em uma sala de aula, podendo interagir com outros alunos e com o professor.
Na parte realizada online o aluno dispõe de meios para controlar quando, onde, como e com quem vai estudar.
Qualquer conteúdo online pode ser considerado parte de uma proposta de ensino híbrido?
O conteúdo e as instruções devem ser elaborados especificamente para a disciplina.
É diferente de usar qualquer material que o aluno acessa na internet.
Além disso, a parte presencial deve necessariamente contar com a supervisão do professor.
Valorizar as interações interpessoais e ser complementar às atividades online.
Proporcionado um processo de ensino e de aprendizagem mais eficiente, interessante e personalizado.
A sala de aula invertida é uma modalidade de e-learning na qual o conteúdo e as instruções são estudados online antes de o aluno frequentar a sala de aula.
A sala de aula passa a ser o local para trabalhar os conteúdos já estudados, realizando atividades práticas como resolução de problemas e projetos, discussão em grupo, laboratórios etc.
Na abordagem da sala de aula invertida, o aluno estuda antes da aula e a aula se torna o lugar de aprendizagem ativa, onde há perguntas, discussões e atividades práticas.
O professor trabalha as dificuldades dos alunos, ao invés de apresentações sobre o conteúdo da disciplina.
O tipo de material ou atividades que o aluno realiza online e na sala de aula variam de acordo com a proposta sendo implantada, criando diferentes possibilidades para essa abordagem pedagógica.
“Regras” básicas para a aula invertida
As regras básicas para inverter a sala de aula, segundo o relatório Flipped Classroom Field Guide (2014), são:
1) as atividades em sala de aula envolvem uma quantidade significativa de questionamento, resolução de problemas e de outras atividades de aprendizagem ativa.
Obrigando o aluno a recuperar, aplicar e ampliar o material aprendido online;
2) Os alunos recebem feedback imediatamente após a realização das atividades presenciais;
3) Os alunos são incentivados a participar das atividades online e das presenciais.
Sendo que elas são computadas na avaliação formal do aluno, ou seja, valem nota;
4) Tanto o material a ser utilizado online quanto os ambientes de aprendizagem em sala de aula são altamente estruturados e bem planejados.
A ideia da sala de aula invertida não é nova e foi proposta inicialmente por Lage, Platt e Treglia (2000).
Foi usada pela primeira vez em uma disciplina de Microeconomia em 1996 na Miami University (Ohio, EUA).
Como implantar a abordagem da sala de aula invertida
Do ensino híbrido, a sala de aula invertida é o mais simples de implantar.
À medida que vão adquirindo experiência você passa a usar a aprendizagem baseada em projeto ou na investigação.
E, com isso, vai se reinventando, criando cada vez mais estratégias centradas nos estudantes.
Ou centradas na aprendizagem, ao invés das aulas expositivas que costumavam ministrar.
Os aspectos fundamentais da implantação da sala de aula invertida são:
Sobre os materiais online, a maior parte das estratégias implantadas utiliza vídeos que o professor grava a partir de aulas presenciais ou que grava usando um software como, por exemplo, o Camtasia Studio.
Esse software capta qualquer informação da tela do computador que o professor está usando, sua voz, sua imagem gravada via câmera do computador e qualquer anotação que é feita com a caneta digital.
Mas não tenho recursos para gravar vídeos, como fazer?
O ideal é que o material online seja preparado para o aluno, mas quando isso não é possível, utilize videos didáticos de outras pessoas.
Mas é preciso ter atenção redobrada na escolha do material.
Para que não tenha erros conceituais, para que não sejam muito longos e que se enquadre no objetivo de estudo.
Além disso, é preciso dosar o número de vídeos e o tamanho deles.
A ideia não é substituir a aula presencial por vídeos.
Se os alunos já reclamam do fato de a aula expositiva ser “chata”, se essa aula se transformar em vídeo pode ficar mais chata ainda!
E se os alunos não tiverem acesso online, o que fazer?
Hoje nessa era tecnológica de smartphones, o número de pessoas sem acesso a internet é bem menor, mas ainda existe.
Nesse caso, você pode disponibilizar os materiais e atividades em pen-drives/CDs.
Ou disponibilizar no smartphone do aluno.
Se a escola disponibilizar tabletes aos alunos, esse também pode ser uma ferramenta valiosa.
Uma outra forma de disponibilizar o material e as atividades pode ser em um grupo fechado no facebook.
Como saber se o aluno aprendeu o conteúdo online?
Para que o professor possa saber o que o aluno absorveu desse estudo online, praticamente todas as soluções de sala de aula invertida sugerem que o estudante realize um teste.
Esse teste pode estar presente também de forma online, de modo que possa avaliar sua aprendizagem.
O ideal dessa avaliação é que, assim que realizada, o professor tenha acesso e conheça quais foram os pontos críticos do material estudado e que devem ser retomados em sala de aula.
Quando não há a disponibilidade de uma plataforma de ensino online, pode ser feito em grupo de Facebook, formulários do Google ou Google Drive, por exemplo.
O que é importante planejar
Sobre o planejamento das atividades presenciais em sala de aula, o mais importante é o professor explicitar os objetivos a serem atingidos com sua disciplina.
E propor atividades que sejam coerentes e que auxiliam os alunos no processo de construção do conhecimento.
Essas atividades podem ser, por exemplo, discussão em grupo, resolução de problemas, etc.
No entanto, em todos esses casos é fundamental que o aluno receba feedback sobre os resultados das ações que realizam.
A sala de aula presencial assume um papel importante nessa abordagem pedagógica.
Isso porque o professor passa a ter o papel de observar e participar das atividades que contribuem para o processo de significação das informações que os estudantes adquiriram estudando online.
Nesse sentido, o feedback é fundamental para corrigir concepções equivocadas ou ainda mal elaboradas.
É possível que essas iniciativas mais pontuais sejam passíveis de serem implantadas sem que haja uma reestruturação educacional.
E sem que seja montada a infraestrutura tecnológica e de apoio para a produção de material educacional.
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