Está em votação uma ideia legislativa a qual propõe a extinção dos cursos das áreas de humanas presenciais nas faculdades Federais.
A proposta, que já tinha tentado entrar em pauta em janeiro, coloca que os cursos de humanas (História, Filosofia e Sociologia, Artes, etc) deveriam ser realizados a distância.
Isso porque de acordo com a proposta, “a ideia visa reduzir gastos desnecessários e retornar esse dinheiro em cursos de linha.”
Além disso o autor, Thiago Turetti, considera que as ciências humanas são “ciências simples e que não demandam expressiva dependência de um monitor”.
E que “o país precisa de mais médicos e cientistas”.
Essa proposta é absurda do começo ao fim.
Principalmente porque a referida proposta revela completo desconhecimento sobre o que são as ciências humanas.
Desconhece a importância das Humanidades e desconhece como se produz conhecimento na área.
Por que precisamos das ciências humanas
As ciências humanas são importantíssimas não só na formação individual.
Mas para um projeto de país democrático e inclusivo.
Se um projeto como esse passa, joga o país nos braços das formas autoritárias.
E também em formas subterrâneas mais atrasadas de compreensão do mundo e da vida.
A área de humanas é produtora de sentidos e compreensão da vida.
Embora pouco valorizadas, é importante lembrarmos que as dimensões da vida ultrapassam a tecnologia e o puro experimentalismo.
As dimensões humanas, dimensões éticas e culturais são centrais na sociedade contemporânea.
Mesmo que esta valorize apenas a ciência experimental e a pura tecnologia.
As humanidades são condição necessária para a pesquisa em alto nível.
E para a formação de profissionais de diversas áreas (inclusive do Direito e da Medicina, por exemplo).
São imprescindíveis para a formação de professores de todas as áreas de conhecimento.
A quem favorece o fim das ciências humanas em universidades públicas?
Com a retirada dos cursos de humanidades das universidades públicas, a formação de professores fica restrita a iniciativa privada.
O que significaria, a privatização, pelo menos em parte, do ensino superior.
E se nós já temos uma formação docente precária, imagina tirando a possibilidade de estudar nas melhores universidades do país.
A educação não ser tratada como um negócio.
Outro ponto que merece destaque é que, com a saída das humanidades, a formação crítica – já frágil em tempos atuais – vai inexistir.
Conhecimento é poder!
Qual forma mais fácil de limitar um povo do que tirando sua educação?
E você, o que pensa a respeito dessa proposta?
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