As habilidades socioemocionais são cada vez mais necessárias para preparar os alunos não apenas para o mercado de trabalho, mas para a vida em sociedade.
Em um mundo marcado pelos avanços tecnológicos, crises globais e desafios sociais complexos, a educação transcende a mera transmissão de conhecimentos acadêmicos.
Assim, a educação contemporânea enfrenta desafios complexos, como por exemplo, formar indivíduos capazes de navegar em um mundo marcado por incertezas, diversidade cultural e demandas por colaboração.
Mas o que são habilidades socioemocionais?
As habilidades socioemocionais (HSE) são competências que integram a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar emoções, estabelecer relações saudáveis, tomar decisões responsáveis e enfrentar desafios de forma resiliente.
Segundo Roseli Bonfante (2019), elas englobam dimensões como: autoconsciência (reconhecer emoções e valores pessoais); autogestão (controlar impulsos, estabelecer metas); consciência social (empatia, respeito à diversidade); habilidades de relacionamento (comunicação, cooperação); e tomada de decisão responsável (analisar consequências, agir com ética).
Essas habilidades são inerentes ao desenvolvimento humano, mas exigem estímulo intencional no ambiente escolar, conforme propõe a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que as inclui como parte das “competências gerais” da educação básica.
Por que são importantes na escola?
Desenvolvimento integral do aluno
A escola tradicionalmente prioriza habilidades cognitivas, como por exemplo matemática e leitura.
Mas as habilidades socioemocionais são complementares e indissociáveis no processo de ensino-aprendizagem pois favorecem a aprendizagem, uma vez que alunos com autocontrole emocional se concentram melhor, e a cooperação facilita trabalhos em grupo.
Além disso, promovem a saúde mental já que ajudam também a lidar com frustrações e isso reduz ansiedade e conflitos.
Assim como preparam para a vida, uma vez que competências como empatia e resiliência são essenciais para relações pessoais e profissionais.
Redução de desigualdades
Escolas que trabalham habilidades socioemocionais criam ambientes mais inclusivos, ajudando a combater bullying, preconceitos e evasão escolar, especialmente em contextos vulneráveis.
Implementação de habilidades socioemocionais em sala de aula: Estratégias e Desafios
Apesar da BNCC ter incluído as habilidades socioemocionais como competências gerais, oferecendo um marco legal, sua integração no currículo requer abordagens sistêmicas, como por exemplo:
Currículo explícito: Dedicação de aulas específicas para discussão de emoções, ética e comunicação, usando recursos como role-playing e estudos de caso.
Práticas pedagógicas integradas: Incorporar a aprendizagem socioemocional a disciplinas existentes.
Por exemplo, debates em História podem trabalhar empatia ao explorar conflitos culturais.
Ambiente escolar positivo: Políticas de não violência, mediação de conflitos e incentivo à participação estudantil em decisões institucionais.
Formação docente: Capacitar professores para modelarem habilidades socioemocionais, atuando como mentores emocionais.
Envolvimento familiar: Parcerias com famílias para reforçar valores como cooperação e autorreflexão.
No entanto, os desafios são significativos: falta de recursos, turmas superlotadas e infraestrutura precária que limitam a personalização do ensino.
Além disso, a avaliação das habilidades socioemocionais exige ferramentas qualitativas, como portfólios e observação sistemática, que demandam tempo e expertise.
No Brasil, onde a escola é muitas vezes o único espaço de acolhimento para milhões de crianças, tais competências podem romper ciclos de violência e desesperança.
Políticas públicas alinhadas à BNCC, e a investimentos em formação docente e participação comunitária, são passos essenciais.
Como defende Tonia Casarin (2016), “educar o coração e a mente” é a chave para formar cidadãos críticos, empáticos e resilientes — capazes de liderar a construção de um país mais justo.
E você? O que pensa a respeito? Compartilhe aqui suas opiniões e experiências.
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