Certamente você já ouviu falar de planejamento anual, mas sabe como fazer um?

Ou o que é esse planejamento e qual sua estrutura?

O planejamento anual é um documento que apresenta as diretrizes focadas em promover a aprendizagem dos alunos.

Ou seja, é um importante instrumento na ação de mediação do professor que culminará nas aprendizagens discentes.

Muita gente se pergunta qual a diferença entre o planejamento anual e o plano de ensino.

Não há diferença, a finalidade é mesma, muda apenas o nível de ensino.

O planejamento anual é um termo muito comum nas escolas públicas do ensino básico, enquanto o plano de ensino é mais comum em instituições de ensino superior.

Seja chamado de planejamento anual ou de  plano de ensino, são parte da projeto político pedagógico da instituição sendo elaborado com base nas matrizes curriculares expressas nas diretrizes e conteúdos estruturantes.

Assim, ao fazer seu planejamento, cada professor contribui no resgate da intencionalidade da ação educativa como um todo.

E se agrupando por área em ações de planejamento coletivo é possível superar o caráter fragmentado das práticas educativas marcado por imposições ou disputas de vontades individuais.

Planejar coletivamente fortalece o grupo para superar conflitos e contradições.

Assim, ao planejar o currículo, por ano e período letivo, o professor deve pensar nos espaços e recursos didáticos presentes na sua realidade para atingir os fins do processo educativo, pois disso depende o sucesso dos procedimentos metodológicos planejados.

E a avaliação deve acontecer durante todo processo de execução do planejamento, pois não é só o aluno o foco de práticas avaliativas, mas o processo de planejamento deve também ser avaliado pelo professor.

Já que ajuda o professor a refletir sobre o que funcionou ou não.

Por exemplo, será que a estratégia metodológica escolhida para as aulas foi a melhor?

Ou a problematização realmente veio da prática social dos alunos sendo capaz de motiva-los?

Etapas do planejamento anual

Período

São quatro os períodos letivos adotados pela rede estadual, dois no primeiro semestre e dois segundo, perfazendo um total de 200 dias letivos com no mínimo 800 horas de efetivo trabalho escolar, conforme a LDB 9394/96.

O planejamento anual deve organizar as Unidades de Ensino (conteúdos básicos), nos períodos letivos, de forma que as aprendizagens básicas sejam efetivadas.

Aprendizagens Básicas

No planejamento anual devem ser registradas as aprendizagens que deverão ser desenvolvidas em cada etapa da educação básica, sendo estas um referencial para a definição das aprendizagens básicas por período/ano.

Além disso, oque deve ser aprendido deve considerar as diretrizes curriculares e a prática social dos alunos.

Por essa razão é importante um diagnóstico situacional da comunidade na qual os alunos estão inseridos.

Conteúdos Básicos

Onde é descrito quais conteúdos serão ensinados nas aulas em toda etapa de ensino.

Ao elaborar o plano de ensino anual o professor deve considerar os conteúdos por ano letivo, tanto os conteúdos estruturantes como os básicos correspondentes.

Esses conteúdos normalmente estão alinhados com as diretrizes curriculares, como a BNCC.

Caso o professor ache necessário acrescentar outros conteúdos pode fazê-lo também.

Procedimentos Metodológicos

São os meios pelos quais se espera alcançar as aprendizagens propostas no planejamento.

Nessa etapa se apresenta a lógica estabelecida em que o conteúdo será trabalhado/exposto no decorrer das aulas, considerando que todo trabalho de desenvolvimento curricular tem abertura, desenvolvimento e encerramento (início, meio e fim).

Desse modo, os procedimentos metodológicos devem prever a adequação dos estímulos/atividades para a operacionalização do aprendizado, com uma estrutura flexível, mas com ordenação lógica.

Deve-se refletir sobre quais os procedimentos didáticos/estratégicos que deverão ser utilizados para que se efetive a aprendizagem dos alunos.

Como por exemplo aulas expositivas, dinâmicas, debates, seminários, exercícios, análises, situações-problemas e outros.

Avaliação (forma e instrumentos)

A forma de avaliar deve ser coerente com os procedimentos metodológicos utilizados.

Pode ser a participação dos alunos nas atividades propostas, desenvolvendo competências sociais, nos níveis que são alcançados na resolução de problemas, no desenvolvimento de capacidades para problematizar os conteúdos propostos, sua transformação e produção de níveis de autonomia nos usos dos saberes.

A forma de avaliar também dependerá de quais as aprendizagens foram estipuladas pelo professor para serem alcançados no trabalho curricular.

E também de quais instrumentos avaliativos serão utilizados.

Ou seja, aplicar provas, testes, realizar tarefas, simulados, fichas individuais de desempenho, relatório, portfólio, auto-avaliação, entrevistas, são exemplos de instrumentos de avaliação que podem ser utilizados.

Ao fazer uso de variados instrumentos, o professor tem a oportunidade de ampliar a sua capacidade de observação, podendo, assim, melhorar a sua prática e contribuir para aprendizagem dos alunos.

Características de um bom planejamento anual

  • Ter o foco na aprendizagem de todos, operacionalizando os conteúdos fundamentais para a escola.
  • Ser o produto de uma discussão que envolva toda a comunidade escolar.
  • Ter o desempenho constantemente monitorado, com abertura para redirecionamentos.
  • Conter princípios pedagógicos que correspondam ao contexto e à prática da sala de aula dos professores.
  • Prever tempo para a formação docente e para reuniões pedagógicas.

A importância da revisão regular

O planejamento, embora seja anual, deve ser revisado de acordo com as demandas do ano escolar.

Revendo o que já foi feito é possível buscar novas soluções para pontos específicos do planejamento para o ano seguinte.

Dessa maneira, é possível entender quais ações surtiram o efeito esperado e quais não estão contribuindo no sentido de alcançar as metas propostas.

A revisão possibilita o pensamento e a elaboração de outras estratégias.

E além disso, permite a adequação a novas demandas, externas ou internas, que possam surgir com o passar do tempo.

É bom lembrar que a escola faz parte de uma comunidade e de tudo que a envolve.

Por isso, o planejamento não deve ser visto como um livro de regras rígidas e indiscutíveis.

Ele precisa ser um documento norteador, mas ao mesmo tempo flexível, dando espaço para a evolução em pontos considerados como deficitários durante a revisão.

O que deve ser revisado?

Alguns pontos precisam ser revisados durante o ano letivo, como:

  • atividades extraclasse e projetos especiais;
  • avaliação dos projetos realizados no período anterior;
  • grade curricular;
  • calendário de atividades;
  • relacionamento com as famílias;
  • estratégias para atingir as metas

Claro que existem outros pontos que podem ser revisados, porém, ao fazer uma boa análise do sucesso e eficiência desses fatores durante o bimestre, é possível ter um bom panorama do que está acontecendo na escola.

Com esses dados em mãos, as correções e adaptações podem ser feitas com o objetivo de atingir as metas propostas no planejamento inicial.

Além disso, novos ideais podem ser elaborados de acordo com a percepção de suas necessidades.