O Espectro Autista ou Transtornos do Espectro Autista (TEA) engloba alguns diagnósticos que variam conforme a área de menor ou maior prejuízo para o indivíduo.

Como por exemplo nas áreas da interação social, comunicação e comportamental (comportamentos restritivos, estereotipias e repetitivos).

Então como suspeitar se um aluno pode estar dentro dessa categoria?

Existem alguns sinais chamados sinais de risco ou alerta para os quais devemos estar atentos.

São eles:

  • Reduzida manutenção do contato visual;
  • Atraso na aquisição da linguagem;
  • Não responder ao ser chamado pelo nome, parecendo surdo;
  • Risos e movimentos pouco apropriados e repetitivos, constantemente ou quando entusiasmado;
  • Manipulação de dedos ou mãos de forma peculiar;
  • Repetição constante, para si mesmo, de frases e conteúdos que ouvem de diálogos, desenhos animados, filmes, documentários, etc.
  • Produção frequente de vocalizações sem uso funcional;
  • Isolamento social, interagindo menos do que o esperado para crianças da sua idade;
  • Preferência por interações com adultos, conversando por muito tempo sobre tópicos avançados para a sua faixa etária;
  • A intenção comunicativa e a interação ocorrem preferencialmente para suprir as suas necessidades e/ou explanar os tópicos de seu interesse;
  • Manipulação de objetos e brinquedos de maneira não habitual;
  • Presença de respostas anormais a barulhos e tato;
  • Prejuízo da crítica em relação a situações de perigo;
  • Capacidade de imaginação, fantasia e criatividade reduzidas;
  • Interesses específicos muito exagerados, que comprometem as interações sociais com colegas;
  • Rigidez no comportamento e rotinas.

Se você tiver algum aluno com alguns desses sinais, é muito importante que o encaminhamento para o setor de saúde mental.

O diagnóstico formal quase sempre vem após uma série de fracassos escolares.

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento com impactos importantes no desenvolvimento do indivíduo e que geralmente, começa a se manifestar nos primeiros três anos de vida.

Por que geralmente?

Porque há alguns casos em que só na vida adulta é diagnosticada o autismo.

Isso porque o autismo pode ou não ser associado a um comprometimento cognitivo.

Essa associação está presente em aproximadamente 70% dos casos.

Por isso é importante compreender que, alunos com autismo podem ser muito diferentes entre eles.

Alguns apresentam um isolamento, ausência total de linguagem verbal, agitação psicomotora intensa, comportamentos ritualísticos, movimentos repetitivos e prejuízo no contato social.

Outros que conversam bem, possuem até vocabulário muito rebuscado e inventam novas palavras, são capazes de falar horas sem parar sobre um determinado tema, parecendo “pequenos professores”.

Eles geralmente conseguem acompanhar o conteúdo em sala de aula e tirar boas notas.

Mas socialmente podem se comportar de modo inadequado.

Com inadequado quero dizer que não conseguem fazer ou manter amizades por um longo período.

Ou parecem não se importar muito com a opinião e o desejo dos outros colegas ou professores.

Entre esses dois extremos, existe uma infinidade de combinações de manifestações clínicas que irão determinar o jeito de ser de muitos dos alunos.

As características do autismo geralmente afetam a pessoa durante a vida toda.

Embora possam mudar consideravelmente ao longo do tempo e em resposta a intervenções recebidas.

Intervenções precoces e intensivas podem fazer diferenças extraordinárias no desenvolvimento e na qualidade de vida da criança e de sua família.