O mapa conceitual, instrumento facilitador na aprendizagem significativa, é um recurso que pode ser utilizado de várias formas no contexto escolar.
São exemplos de uso: estratégia de ensino, organização curricular, disciplinar ou temático e instrumento avaliativo.
O mapa conceitual utilizado enquanto instrumento avaliativo concentra-se na obtenção de informações acerca da construção do aluno em relação um conjunto de conceitos.
Assim, importa determinar os conceitos apropriados e as relações estabelecidas entre eles.
Interessa precisar como ele estrutura, hierarquiza, diferencia, relaciona, discrimina e integra conceitos de uma determinada unidade de estudo, tópico, disciplina etc.
Mas como o mapa conceitual serve como instrumento de avaliação?
É importante pensarmos a avaliação não apenas como forma de testar conhecimento e atribuir uma nota ao aluno, a fim de classificá-lo.
Mas como uma forma de explicitar o estágio da aprendizagem em que se encontra um estudante.
Nesse sentido, o mapa se apresenta como uma radiografia da estrutura cognitiva do aprendiz.
O que possibilita ao professor encaminhar o estudante para processos cognitivos adequados a sua situação.
Para isso, o aluno pode ser solicitado a construir o mapa.
Ou este pode ser obtido indiretamente através de suas respostas a testes escritos ou entrevistas orais
Por meio do mapa conceitual é possível investigar mudanças na estrutura cognitiva do aluno durante a instrução.
Além de avaliar as relações que os alunos estabelecem, é possível também obter informações que podem servir de “feedback” para instrução e currículo.
Se houver oportunidade de discutir o mapa com o aluno, os resultados poderão ser surpreendentes.
Isso porque possibilita ao aluno um feedback de onde ele precisa melhorar e pode apontar ao professor quais as suas dificuldades.
Mas para tal, o aluno precisa saber o que significa um mapa conceitual.
Para isso, nada melhor que o uso, como recurso didático, de mapas conceituais pelo professor.
O que preciso fazer para usar o mapa conceitual como avaliação
A avaliação utilizando mapas conceituais é considerada de dimensão formativa.
Ou seja, considera o processo de ensino aprendizagem, não só resultado.
O uso de mapas conceituais como ferramenta de avaliação requer a consideração de duas questões: como os mapas serão construídos e como serão interpretados.
Para propósitos de avaliação, os mapas conceituais podem ser construídos de duas maneiras
Pelo professor ou por um sistema, a partir das respostas dadas pelo aluno a testes escritos ou entrevistas.
Ou ainda a partir das ações tomadas pelo aluno em um ambiente de apoio à aprendizagem.
Não se pode considerar que um mapa conceitual seja a representação completa dos conceitos e proposições relevantes que o estudante conhece.
Mas podemos afirmar que é uma aproximação com a qual se pode trabalhar a avaliação.
Os mapas possibilitam que professores e alunos compartilhem pontos de vista sobre a validade ou qualidade de uma ligação proposicional.
E ainda que se reconheçam a ausência de conceitos ou mesmo de ligações entre conceitos.
Estas ausências sugerem a necessidade de complementação da aprendizagem.
As conexões que o estudante consegue enxergar entre conceitos devem ser encaradas como o maior indicativo de sucesso na aprendizagem.
Pois quanto mais interconectada estiver a representação do conhecimento feita pelo estudante, mais provavelmente ele irá recuperar a informação no momento que precisar utilizá-la.
Além do conhecimento adquirido pelo estudante, a avaliação de mapas conceituais consegue mostrar ao professor vários outros aspectos do processo de ensino/aprendizagem.
Como, por exemplo, conceitos mal formados ou falhas no conhecimento, habilidade de organização, características cognitivas, profundidade com que o aluno processa um determinado conteúdo, estruturas conceituais; hierarquização, diferenciação, discriminação e integração de conceitos; mudanças conceituais e
aprendizagem significativa.
A avaliação de mapas conceituais pode ser feita pelo professor de duas maneiras
Verificando características como, por exemplo, o número de conceitos representados, o número de ligações entre conceitos, o número de ligações cruzadas, o número de níveis hierárquicos e o número de exemplos citados.
Em uma perspectiva quantitativa, geralmente são avaliados em um mapa conceitual o número de conceitos, a presença (ou ausência) de conceitos importantes, o número de links, o número de links cruzados (links entre conceitos localizados em regiões diferentes do mapa conceitual ou entre mapas distintos), os links corretos, o número de níveis hierárquicos e o número de exemplos.
É importante lembrar que muitas vezes o professor não pode afirmar que uma ligação entre dois conceitos seja errada.
É possível que o estudante construa ligações diferentes daquelas consideradas corretas pelo professor e não necessariamente erradas.
Existem várias maneiras de se ligar dois conceitos.
E cada uma delas tem um significado ligeiramente ou até mesmo totalmente diferente.
O que muitas vezes fica explícito através da nomeação das linhas de ligação entre conceitos.
Dessa maneira, uma avaliação qualitativa mostra-se mais justa e esclarecedora que a puramente quantitativa.
A maneira mais adequada de se avaliar um mapa conceitual é não considerar os conceitos isoladamente.
Mas sim os conceitos em relação à sua vizinhança.
Geralmente, a avaliação qualitativa é feita a partir de uma comparação do mapa conceitual do aluno com um ou mais mapas construídos por especialistas.
Ou por um sistema, com base no conteúdo de um livro.
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