A aprendizagem significativa se caracteriza pela interação entre novos conhecimentos e o conhecimento prévio do aluno.

Sendo que nessa interação os novos conhecimentos adquirem significado para o sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos significados ou maior estabilidade cognitiva.

Assim, duas dimensões do processo de aprendizagem, relativamente independentes, são importantes na aprendizagem significativa:

(i) o modo como o conhecimento a ser aprendido é tornado disponível ao aluno (por recepção ou por descoberta); e

(ii) o modo como os alunos incorporam essa informação nas suas estruturas cognitivas já existentes (mecânica ou significativa).

A aprendizagem significativa só ocorre quando o novo material, que apresenta uma estrutura lógica, interage com conceitos relevantes e inclusivos, claros e disponíveis na estrutura cognitiva.

Quando conceitos relevantes não existem na estrutura cognitiva do sujeito, novas informações têm que ser aprendidas mecanicamente, não se relacionando a nova informação com os conceitos já existentes.

A aprendizagem significativa proposta por Ausubel (1981) dá pouca atenção à aprendizagem por descoberta priorizando a assimilação.

Isso significa que, na aprendizagem significativa o que o aluno já sabe é fundamental.

Pois é por meio do que o aluno já sabe que ele estabelece relações com o conhecimento novo apresentado.

Essas relações entre o conhecimento novo e o antigo é intermediado por organizadores prévios.

Esses organizadores funcionam como uma ponte cognitiva e servem como ancoradouro, na estrutura cognitiva, para o novo conhecimento.

Se conceitos relevantes não estiverem disponíveis na estrutura cognitiva de um aluno, os organizadores prévios serviriam para ancorar as novas aprendizagens e levar ao desenvolvimento de um componente que facilitasse a aprendizagem subsequente.

A aprendizagem passa a ser encarada como um processo interno e pessoal.

Que implica o aluno na construção ativa do conhecimento e que progride no tempo de acordo com os interesses e capacidades de cada um.

O que a aprendizagem significativa tem a ver com o construtivismo?

A aprendizagem significativa é um conceito subjacente às teorias construtivistas de aprendizagem.

Os modelos pedagógicos construtivistas dão especial realce às construções prévias dos alunos na medida em que filtram, escolhem, decodificam e reelaboram informação que o indivíduo recebe do meio.

Por outras palavras, o conhecimento prévio ou as concepções pré-existentes orientam os alunos na compreensão da nova informação apresentada pelos professores ou pelos manuais.

Se as concepções prévias dos alunos se articulam com a versão científica, ocorre apreensão conceitual.

Mas se entram em conflito com a versão científica, ocorre, então, mudança conceitual.

Em uma ótica piagetiana, ensinar seria provocar desequilíbrio cognitivo no aprendiz.

Para que, ele procurando o reequilíbrio se reestruturasse cognitivamente e aprendesse (significativamente).

O mecanismo de aprender de uma pessoa está relacionado a sua capacidade de reestruturar-se mentalmente.

E está relacionado a buscar um novo equilíbrio (novos esquemas de assimilação para adaptar-se à nova situação).

O ensino deve ativar este mecanismo.

Para Vygotsky, o único bom ensino é aquele que está à frente do desenvolvimento cognitivo e o dirige.

Isso significa que, a única boa aprendizagem é aquela que está avançada em relação ao desenvolvimento.

A interação social que leva à aprendizagem deve ocorrer dentro daquilo que ele chama de zona de desenvolvimento proximal.

A zona de desenvolvimento proximal é distância entre o nível de desenvolvimento cognitivo real do indivíduo, tal como poderia ser medido por sua capacidade de resolver problemas sozinho e seu nível de desenvolvimento potencial, tal como seria medido por sua capacidade de resolver problemas sob orientação ou em colaboração com companheiros mais capazes.

Então como a aprendizagem significativa ajuda na sua aula?

aprendizagem significativa

Para facilitar a aprendizagem significativa é preciso dar atenção ao conteúdo e à estrutura cognitiva, procurando “manipular” os dois.

É necessário fazer uma análise conceitual do conteúdo para identificar conceitos, ideias, procedimentos básicos e concentrar neles o esforço instrucional.

É importante não sobrecarregar o aluno de informações desnecessárias, dificultando a organização cognitiva.

É preciso buscar a melhor maneira de relacionar, explicitamente, os aspectos mais importantes do conteúdo da matéria de ensino aos aspectos especificamente relevantes de estrutura cognitiva do aprendiz.

É indispensável uma análise prévia daquilo que se vai ensinar.

Nem tudo que está nos programas e nos livros e outros materiais educativos do currículo é importante.

Além disso, a ordem em que os principais conceitos e ideias da matéria de ensino aparecem nos materiais educativos e nos programas muitas vezes não é a mais adequada para facilitar a interação com o conhecimento prévio do aluno.

A análise crítica da matéria de ensino deve ser feita pensando no aprendiz.

De nada adianta o conteúdo ter boa organização lógica, cronológica ou epistemológica, e não ser psicologicamente aprendível.

Materiais introdutórios apresentados antes do material de aprendizagem em si, em um nível mais alto de abstração, generalidade e inclusividade, podem ajudar.

Sua principal função é a de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber a fim de que o novo material possa ser aprendido de maneira significativa.

Seriam uma espécie de “ancoradouro provisório”.

Como incorporar nas aulas

A teoria de Ausubel oferece, alguns princípios e estratégia que ele crê serem facilitadores da aprendizagem significativa.

A estratégia do mapeamento conceitual trata-se de uma técnica que, como sugere o próprio nome, enfatiza conceitos e relações entre conceitos à luz dos princípios da diferenciação progressiva e reconciliação integrativa.

Os mapas conceituais podem ser usados como recurso didático, de avaliação e de análise de currículo.

Podem também servir como instrumento de metacognição, de aprender a aprender.

No entanto, mapas conceituais e aprendizagem significativa não são sinônimos.

Dependendo de como são utilizados, mapas conceituais podem gerar aprendizagem mecânica.

Por exemplo, se existir um “mapa correto” que os alunos devem reproduzir.

Trata-se de um artigo de natureza teórica.

Quem quiser ler mais sobre o assunto pode começar por esse livro.