Desde que nascemos estamos em aprendizagem.

O conceito de aprendizagem não é restrito somente aos fenômenos que ocorrem na escola.

O termo tem um sentido muito mais amplo.

Abrange os hábitos que formamos, os aspectos de nossa vida afetiva e a assimilação dos valores culturais.

Podemos descrever a aprendizagem como um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir.

Com muita frequência, reduz-se o conceito a seu aspecto de modificação comportamental, estabelecendo-se o que se aprende ao modificar-se o comportamento.

Tal mudança efetivamente acontece como um resultado da aprendizagem, porém isto não define o fenômeno.

Isso porque não é só a aprendizagem que provoca alterações na conduta.

Também a motivação, as reações inatas, as relações sociais, o ambiente, etc.

Considera-se a aprendizagem como um processo mediante o qual o indivíduo adquire informações, conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, para construir de modo progressivo e interminável suas representações do interno (o que pertence a ele) e do externo (o que está “fora” dele) numa constante inter-relação biopsicossocial com seu meio.

Aprender envolve sempre uma autoconstrução (de informação, de habilidades etc.) que modifica o anteriormente aprendido.

Esta autoconstrução pode estar dirigida de “fora” por alguém, como prioritariamente se produz nas situações de ensino escolar e familiar.

Ou produzir-se de forma “espontânea”, quer dizer, dirigida pelo próprio sujeito que aprende na ausência de outra pessoa ou pela decisão individual do aprendiz.

Tal autoconstrução se assegura com uma apropriação dos dados externos que são internalizados pelo sujeito que aprende.

E neste trânsito do que está “fora” para “dentro” tais dados sofrem uma transformação segundo as características internas e individuais de cada pessoa.

Portanto, em todo aprendizado, encontramos uma integração de dados oferecidos e dados construídos pelo aprendiz.

Esta apropriação também é conhecida por interiorização, assimilação, transformação.

Nesta apropriação, geralmente existe uma mediação.

Esta mediação não descarta a possibilidade de aprender espontaneamente, sem ajuda.

Isto é, provando alternativas por ensaio-erro-sucesso, o que poderíamos denominar como uma mediação interna, ou seja, do próprio sujeito.

Na aprendizagem está presente, direta ou indiretamente, de maneira mais ou menos manifesta, a mediação social.

Ou seja, a influência dos outros, de maneira pessoal (pais, professores, colegas, vizinhos, funcionários etc.) ou coletivamente (instituições, comunidade, sociedade) ou por meio histórico, construído por grupos de pessoas (língua, arte, bens de consumo, costumes, ferramentas, instrumentos, conhecimentos, normas, valores, princípios etc.).

Nesta mediação externa ou interna, a linguagem dos outros e a própria, em todas suas manifestações (oral, escrita, lida, ouvida, corporal etc.) constituem o signo mediador mais importante para a autoconstrução da aprendizagem.

Mas se não aprendemos só na escola, que tipos de aprendizagem existem?

Aprendizagem motora

Consiste em aprender hábitos que incluem desde simples habilidades motoras – aprender a andar e aprender a dirigir um automóvel, por exemplo, até habilidades verbais e gráficas – aprender a falar e a escrever.

Aprendizagem cognitiva

Abrange a aquisição de informações e conhecimentos.

Pode ser uma simples informação sobre os fatos ou suas interpretações, com base em conceitos, princípios e teorias.

Aprender os princípios e teorias educacionais é aprendizagem cognitiva.

Aprendizagem afetiva ou emocional

Diz respeito aos sentimentos e emoções.

Aprender a apreciar o belo através das obras de arte é uma aprendizagem afetiva.

Esse tipo de aprendizado tem uma série de implicações pedagógicas.

Ela é decorrência do “clima” da sala de aula, da maneira de tratar o aluno, do respeito e da valorização da pessoa do aluno e assim por diante.

É importante observar, com relação aos tipos de aprendizagem, que não se aprende uma só coisa de cada vez, mas várias.

Os tipos podem se complementar e ocorrer simultaneamente, por exemplo:

Quando uma criança aprende a escrever, aprende também o significado das palavras e desenvolve o gosto pela apresentação estética da escrita.

O que é aprendizagem para você? Conta aqui para nós.