Você já ouviu falar em metacognição?
Sabe o que isso significa ou como é utilizado no processo de aprendizado?
É sobre isso que vamos falar neste post!
A metacognição pode ser entendida como a ação de refletir sobre o que se aprendeu.
Bem como a capacidade de avaliar e controlar esse aprendizado (FIGUEIRA, 2003).
O desenvolvimento desse conceito foi decorrente das contribuições de Piaget e Vygotsky que, ao teorizarem sobre os processos de aprendizagem, estudaram, respectivamente, a tomada de consciência e as origens sociais do controle cognitivo, como elementos importantes.
Entretanto, quem primeiro utilizou o termo metacognição foi John Flavell, na década de 70.
Assim, a metacognição é um processo de interação.
Em que os elementos principais são seus próprios processos de aprendizagem que basta o contato com a informação sem necessidade de interagir com ela.
Afinal, aprender é diferente de compreender, pois provoca mudanças de comportamento.
E proporciona também reflexão sobre o próprio fazer pedagógico e faz do aprender um prazer.
Mas então como se usa a metacognição no ensino?
As situações de aprendizagem demandam diversas estratégias para que seja viabilizado o aprender, não é mesmo?
Mas se pensarmos nas atividades escolares, a realização delas, muitas vezes se dá de maneira automática e mecânica.
Ou seja, sem reflexão, apenas seguindo uma “receita” de como fazer.
As estratégias metacognitivas, por sua vez, avaliam o sucesso de uma estratégia anterior.
E regulam o que está relacionado ao conhecimento, definindo quando e como utilizar determinadas estratégias.
Assim, verificar um conteúdo para ter noção da facilidade ou dificuldade de aprendê-lo é uma estratégia metacognitiva.
Isso porque a metacognição exerce influência em áreas fundamentais da aprendizagem escolar.
Tais como, a comunicação e compreensão oral e escrita e na resolução de problemas, constituindo assim, um elemento chave no processo de aprender a aprender.
Assim, dentro do contexto escolar é imprescindível a estimulação da metacognição.
De modo que esta contribui de forma significativa para o sucesso alunos, não apenas dentro da escola.
Mas fora dela também, ajudando-as a lidar com as mais variadas situações que lhe desafiarem.
Uma das estratégias que utilizam da metacognição é a resolução de problemas.
Através dela nós conseguimos exigir uma maior capacidade de raciocínio.
E assim, alcançar novas possibilidades de desenvolvimento das habilidades cognitivas e de aprendizagem.
A partir da resolução de problemas, nós enquanto professores conseguimos observar possíveis avanços e retrocessos dos alunos.
E assim, ajuda-los a atingir metas maiores ao aprender.
As estratégias metacognitivas favorecem também a realização das atividades em grupos, nas quais cada um tem a oportunidade de contribuir conforme compreende o conteúdo.
E assim construir em conjunto uma solução para o problema a eles apresentados.
Isto estimula a interação e socialização dos indivíduos.
Favorecendo também a construção da identidade pessoal de cada um a partir dessas experiências vividas e partilhadas.
A autorregulação no processo de metacognição
Aprender nada mais é do que mobilizar sistemas cognitivos que proporcionam mudanças dos conhecimentos independe dos fatores e/ou do contexto.
Assim, quando o sujeito produz aprendizagem efetiva, esta se torna duradoura.
E, por conseguinte, modifica o comportamento.
Quando essa mudança ocorre, demanda alta dose de motivação, isto é, para aprender precisa-se de um “motivo”.
Aprender não pode ser confundido com o compreender, pois a aprendizagem é definida a partir do comportamento do aprendente e de suas estruturas de pensamento.
E aqui falamos do aprender no sentido amplo, que vai além da escola.
A metacognição proporcionará ao aluno não apenas a assimilação de conhecimento, mas o desenvolvimento de competências, de planificação e comunicação, de informação sistêmica e estruturada.
Buscando assim a compreensão do estilo e perfil cognitivo, a fim de fortalecer áreas já desenvolvidas e estruturadas, assim como alicerçar, motivar e sustentar as áreas que apresentam necessidade de atenção.
A metacognição como processo da aprendizagem é o conhecimento dos próprios produtos cognitivos.
Isto é, o conhecimento que o sujeito tem sobre seu conhecimento.
O aluno, na busca de regular os processos cognitivos, se depara com atividades que o desafiam, levando-o à aprendizagem.
A metacognição é composta por dois componentes, um de sensibilidade e outro de crenças.
A sensibilidade diz respeito à necessidade de se utilizar estratégias em tarefas específicas, em que o sujeito precisa saber o que fazer com ela em função de seus objetivos.
Já a crença é o conhecimento que a pessoa tem do seu potencial enquanto ser cognitivo, atuando como agente de seu conhecimento e os resultados que consegue alcançar com este.
A interação entre esses processos é complexa, pois compreende o conhecimento metacognitivo, as tarefas de aprendizagem, as variáveis, as pessoas, as estratégias e as interações entre estas, buscando unificá-las e torná-las significativas.
Quando o sujeito possui conhecimento de suas especialidades, eficácias e limitações consegue ter mais clara a estratégia adequada para a realização de determinada tarefa.
E, por consequência, domina as ações que serão necessárias para serem colocadas em prática.
O controle e a regulação dos processos de cognição tornam o sujeito ativo no desenvolvimento das atividades, independente das experiências, recursos e estratégias utilizadas para aprender.
O conhecimento metacognitivo coordena e controla de forma efetiva e eficaz as tentativas de aprendizagem, levando à resolução dos problemas.
E quando isto não ocorre, o mesmo sujeito experimenta sentimentos de ansiedade diante da tarefa não realizada.
Por isso, a existência de feedback interno proporciona um movimento de mudança, permitindo ao sujeito agir sobre as sensações para modificar o seu comportamento.
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