Você já ouviu falar de Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE) ou, em inglês, Team-based learning (TBL)?

Seria uma estratégia eficaz? Mais uma sigla difícil? Ou apenas um modismo?

Podemos começar dizendo que esta é uma metodologia ativa para grandes grupos.

Além disso, a Aprendizagem Baseada em Equipes é uma estratégia instrucional.

Foi desenvolvida para cursos de administração nos anos 1970, por Larry Michaelsen.

E direcionada para classes numerosas.

Essa estratégia surgiu da necessidade de criar oportunidades e obter os benefícios do trabalho em pequenos grupos de aprendizagem.

De modo que se possa formar equipes de 5 a 7 estudantes, que trabalharão no mesmo espaço físico (sala de aula).

Pode ser usado para grupos com mais de 100 estudantes e turmas menores, com até 25 alunos.

Como a ABE requer que uma atividade de aprendizagem tenha conexão com as atividades seguintes, sua utilização, geralmente, exige reestruturação do curso.

Assim, você pode utilizar essa estratégia tanto em alguns módulos ao longo de um semestre ou ano quanto adotá-la como abordagem pedagógica principal.

Dessa forma, sua utilização mais pontual também surte efeitos pedagógicos, mesmo quando a transformação do curso não é possível

Mas a Aprendizagem Baseada em Equipes tem particularidades

Que o diferenciam de outras estratégias para ensino em pequenos grupos.

Incluindo o PBL (Problem-based learning ou Aprendizagem baseada em problemas).

Assim, a aprendizagem baseada em equipes pode substituir ou complementar um curso desenhado a partir de aulas expositivas.

Ou mesmo ser aplicado em conjunto com outras metodologias.

Já que não requer múltiplas salas, especialmente preparadas para o trabalho em pequenos grupos.

Nem vários docentes atuando concomitantemente.

Além disso, propõe-se a induzir os alunos à preparação prévia para as atividades em sala de aula.

Assim, para que você utilize essa estratégia, é preciso apenas que você domine os tópicos a serem desenvolvidos.

Mas não há necessidade que domine o processo de trabalho em grupo.

E os alunos não precisam ter instruções específicas para trabalho em grupo.

Já que eles aprendem sobre trabalho colaborativo na medida em que as sessões acontecem.

Essa estratégia tem sua fundamentação teórica baseada no construtivismo.

No qual, você enquanto professor, se torna um facilitador para a aprendizagem em um ambiente despido de autoritarismo e que privilegia a igualdade.

As experiências e os conhecimentos prévios dos alunos devem ser considerados na busca da aprendizagem significativa.

Por isso, a resolução de problemas é parte importante neste processo.

Além disso, a vivência da aprendizagem e a consciência de seu processo (metacognição) são privilegiadas.

Outra importante característica do construtivismo é a aprendizagem baseada no diálogo e na interação entre os alunos.

O que contempla as habilidades de comunicação e trabalho colaborativo em equipes.

E que será necessária ao futuro profissional e responde às diretrizes curriculares nacionais brasileiras.

Finalmente, a Aprendizagem Baseada em Equipes permite a reflexão do aluno na e sobre a prática

O que leva às mudanças de raciocínios prévios.

Assim, na ABE, há um ou mais temas principais, denominado por Michaelsen como “macrounidade” ou unidade maior.

E essas macrounidades serão trabalhadas em um módulo com três etapas, que incluem diversos processos.

Assim, a primeira etapa é o Preparo (Preparation)

Que consiste no preparo prévio do aluno.

Ou seja, a realização de uma tarefa fora da sala de aula, proposta pelo professor.

A segunda é a Garantia do Preparo (Readiness Assurance)

Que é realizada em sala de aula inicialmente por meio de teste individual.

O qual, posteriormente, é feito novamente em equipe, com feedback, possibilidade de apelação e uma breve apresentação do professor.

E a terceira etapa é a Aplicação dos Conceitos (Application of Course).

Por meio da execução de várias tarefas em equipe propostas pelo professor.

E que, geralmente, envolvem resolução de problemas e tomada de decisão, seguido por apresentação das conclusões do grupo e feedback.

Além disso, todos os processos que ocorrem nestas fases são avaliados.

Uma ótima leitura sobre essa estratégia é o livro: Metodologia ativa de ensino-aprendizagem: Manual do TBL