Todos os professores desejam ser reconhecidos como bons.
Mas o que faz com que os professores tenham sucesso na difícil missão de ensinar?
Por que alguns professores conseguiam ensinar tão mais que outros a alunos dentro de uma mesma escola e mesmas condições?
Diria que a diferença está nas sutilezas, nos detalhes.
Ninguém ensina para nós que circular pela sala funciona mais do que ficar parada na frente da lousa dizendo “pssssssiu”.
Ou que você insistir para o que o aluno saia do “não sei” dá melhores resultados na participação do que perguntar para outro aluno.
Então para entendermos o segredos dos bons professores vamos começar pelos seis pilares do ensino (Steven Far, 2010).
1) Traçar metas ambiciosas com a turma
Como por exemplo “este ano vamos avançar dois níveis em um”.
Ou ainda “todos os alunos desta sala vão tirar mais que 9 no exame nacional”.
Não trace metas vagas, como por exemplo “vamos aprender o máximo”.
2) Envolver alunos e famílias
Isso significa traçar com os pais planos de incentivo individualizados para seus alunos.
A educação dos alunos não é responsabilidade exclusiva dos professores.
É na verdade uma parceria entre pais e professores.
3) Planejar com cuidado as aulas
Embora nem tudo saia como planejamos é importante evitar improvisos.
O planejamento e a preparação para a aula é um dos pilares do sucesso.
4) Dar aulas com eficiência
O que significa aproveitar cada minuto e cada oportunidade.
Seus alunos não saem do celular? Planeje aulas em que o celular sirva como ferramenta.
Os alunos não param de falar de um assunto paralelo? Veja se é possível ensinar a partir do assunto do momento.
5) Aumentar a eficiência sempre
Ou seja, sempre buscar melhorar suas estratégias e a sua execução.
A auto-avaliação também é uma prática que ajuda a aperfeiçoar sua prática.
6) Trabalhar incansavelmente
Porque cada um dos itens anteriores dá muito, muito trabalho.
Ser um bom professor dá muito trabalho.
Além desses pilares, 7 outros segredos sutis são importantes para o sucesso.
Olho no professor
Os alunos não podem anotar nada enquanto o professor explica a matéria.
Todos os olhos devem estar voltados para ele.
Isso é mais eficiente para controlar quem está prestando atenção do que repetir 1 milhão de vezes “prestem atenção agora, isso é importante”.
Pelo simples fato de que o professor enxerga os olhos dos alunos.
Ou se as canetas estão descansando sobre a carteira.
Um dos maiores problemas enfrentados no dia a dia por professores é que nem todos os alunos seguem suas orientações.
Podem ser orientações de como executar um exercício.
Os que ficam para trás estão deixando de aprender e ainda podem tumultuar a aula.
Para os bons professores, só há uma porcentagem aceitável de alunos que obedece ao que foi pedido: 100%.
Menos que isso, o desempenho da classe toda estará comprometido.
O lado positivo da bronca
Usar frases positivas na hora de chamar a atenção do aluno.
Faz uma tremenda diferença dizer “por favor, eu preciso que você olhe para a frente”, em vez de “não olhe para trás”.
Pessoas se motivam muito mais por fatores positivos do que negativos.
No geral, elas agem para buscar o sucesso, e não para evitar fracassos.
A técnica do enquadramento positivo pode ser aplicada durante a aula ou em uma conversa reservada com o aluno.
Se outros estudantes assistem ao diálogo entre o professor e o aluno que está sendo repreendido, o ideal é sempre assumir, a princípio, que o mau comportamento não é intencional.
É mais produtivo dizer algo como “classe, só um minuto, parece que alguns se esqueceram de empurrar suas cadeiras”, do que “classe, só um minuto, alguns decidiram não empurrar suas cadeiras como eu pedi”.
Isso ajuda o professor a ganhar a confiança do aluno, o que é fundamental para o aprendizado.
Circulação pela sala
Enquanto explica a matéria ou como resolver um exercício, o professor circula pela sala.
Ao quebrar a barreira imaginária que existe entre ele e os alunos, demonstra proximidade.
Durante a caminhada, aproveita para fazer perguntas individuais, corrigir ou elogiar um caderno.
Circular pela sala é ainda uma boa oportunidade para descobrir o que acontece quando o professor está virado de costas para a turma, ao flagrar um álbum de figurinhas aberto ou um celular ligado.
Ou do que ficar esperando os alunos ficarem em silêncio.
Para fisgar o aluno
Apresentar um novo tópico da matéria de um jeito diferente.
Esse é o primeiro passo para aprender aquela lição.
Para fisgar os alunos, a técnica é usar iscas como uma história, trechos de um filme ou um pequeno desafio.
Por exemplo: antes de ensinar o conceito de frase completa, uma professora pede aos alunos que formem uma frase com cinco palavras dadas por ela.
Depois de poucos minutos, eles percebem que é impossível executar a tarefa – porque não havia entre as palavras o sujeito da frase.
A surpresa do problema sem solução manteve os alunos atentos o resto da aula.
Não vale não tentar
Não aceitar “não sei” como resposta e conduzir o aluno à resposta certa – ou à melhor possível – é uma das técnicas mais simples para motivar o aluno a aprender.
Uma professora pergunta a um aluno qual o sujeito da frase “minha mãe não estava contente”, ele diz que não sabe.
Então, ela se volta para a turma e pergunta qual a definição de sujeito.
Depois de ouvir que o sujeito é quem pratica a ação, ela volta para o primeiro aluno e repete a pergunta inicial.
Ele então consegue responder: a mãe.
A cultura do “não sei” é nociva principalmente porque passa a impressão de que alguns alunos não são capazes de aprender.
Manter a expectativa alta em relação ao aluno é fundamental para seu sucesso.
A hora certa de elogiar
O elogio só deve vir quando o aluno fizer mais do que lhe foi pedido.
Os professores excelentes fazem uma distinção precisa entre o que o aluno aprendeu dentro das expectativas e quanto ele as superou.
Se um aluno cumpre uma tarefa corriqueira, como manter sua carteira limpa, o professor pode dizer “obrigado por fazer o que eu pedi”, em vez de “excelente trabalho!”.
A banalização do elogio tem um efeito destrutivo no longo prazo.
O elogio por atitudes banais acaba minando a confiança do aluno de que ele possa fazer algo extraordinário.
O jeito certo de fazer perguntas
Em vez de fazer uma pergunta para toda a classe responder ou chamar apenas os alunos que levantaram a mão, escolher quem vai dar a resposta, chamando o aluno pelo nome ou apenas apontando para ele.
Essa técnica não só permite que o professor cheque o que cada aluno aprendeu, como também é uma forma de mantê-los atentos.
Afinal, a qualquer momento, alguém pode ser chamado para responder a alguma coisa.
Se esse tipo de atividade acontecer todos os dias, os alunos passarão a esperar por isso e, no médio prazo, mudarão seu comportamento.
Muitos professores acham que chamar um aluno para responder a uma pergunta é “expô-lo” ao resto da turma.
Mas, se a técnica for feita da maneira correta, é o jeito mais eficiente de ouvir aqueles alunos que gostariam de responder, mas hesitam em levantar a mão.
Outras técnicas para se tornar um bom professor pode ser encontrado neste livro.
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