É função essencial da escola, ampliar o domínio dos níveis de leitura e escrita.

Assim como cabe formalmente à escola desenvolver as relações entre leitura e indivíduo, em todas as suas interfaces.

A escola pode e deve trabalhar, desde as séries iniciais, com textos de diversas naturezas.

Por exemplo, com textos que surjam do cruzamento de linguagens variadas.

E, evidentemente, com os textos da literatura que criam a possibilidade do indivíduo explorar dimensões não usuais do imaginário coletivo e pessoal.

E engana-se quem pensa que esta é uma responsabilidade apenas do professor de português.

A leitura é importante em todas as disciplinas.

Ou seja, cada professor é responsável por ensinar as especificidades da leitura da sua área.

Assim como da escrita.

E talvez justamente por essa visão de que quem ensina a ler é apenas um professor que queremos um leitor competente, mas só conseguimos leitores funcionais.

É importante ressaltar que a leitura é a base do processo de alfabetização e da formação da cidadania.

E por isso, cada professor deve ter clareza de que educa e ensina para o desenvolvimento das potencialidades do ser, tanto individual como social.

Para isto, é necessário que o professor apresente uma postura que busque o aperfeiçoamento e atualização dos conhecimentos aplicados à leitura.

E, principalmente, fazendo reflexões sobre o significado do ato de ler.

Ler é condição necessária para a conquista da cidadania e participação social.

Também para o acesso a informações que circulam das mais diversas maneiras, assim como para ingressar no mundo do trabalho.

No entanto, mesmo diante de sua relevância, a leitura ainda é praticada por um número muito pequeno de brasileiros.

Frequentar a livraria não é o forte da maioria dos brasileiros 🙁

O ato de ler corresponde ao processo de apreensão da realidade que cerca o indivíduo.

E essa realidade se revela ao leitor através de variadas linguagens.

Portanto, o ato de ler é a interpretação do pensamento expresso por símbolos da escrita com a vivência e a afetividade do leitor.

E um dos problemas do ensino da leitura na escola ocorre na própria conceitualização do que é a leitura.

Outro problema é a forma como é avaliada pelos professores.

E consequentemente no papel que a leitura ocupa na Proposta Pedagógica da Escola.

E, naturalmente, nas práticas pedagógicas que são adotadas para ensiná-la.

É por isso que reunimos aqui algumas práticas que estimulam a leitura.

1) Incentive seu aluno

Um dos papeis do professor é o incentivo.

No caso da leitura, você pode desafiar seus alunos com leituras desconhecidas, sugerindo livros, contos, gibis.

Também pode trabalhar a leitura a partir do que eles gostam, por exemplo utilizar textos da internet, textos de assuntos que eles se interessam.

Além disso, você pode ainda utilizar a prática de leitura fragmentada.

Mas como assim?

É aquela prática muito comum para que todos acompanhem o texto.

Cada aluno lê um “pedacinho”.

Este modelo de leitura possibilita a compreensão e a produção de sentidos dos alunos.

Dessa forma, você pode pedir aos alunos para ler o texto silenciosamente, e posteriormente ir lendo com eles de maneira fragmentada.

Fazendo-os pensar no que acabou de ser lido, comentando, perguntando.

2) Trace objetivos de leitura com seus alunos

Pode parecer bobeira, mas seu aluno precisa saber os motivos pelos quais ele está lendo aquele texto.

Apresentar um objetivo de leitura é dar sentido aquela atividade.

E isso pode melhorar os resultados.

Os bons leitores não leem todos os textos da mesma maneira, pois cada leitura vai depender do seu objetivo.

Haverá inúmeros objetivos em diferentes situações e momentos.

Dentre eles, destacam-se alguns, segundo Solé (2008):

Ler para:

a) Obter uma informação precisa;

b) Seguir instruções;

c) Obter uma informação de caráter geral;

d) Aprender;

e) Para revisar um escrito próprio.

f) Por prazer;

g) Comunicar um texto a um auditório;

h) Praticar a leitura em voz alta;

i) Verificar o que se compreendeu.

Assim, os alunos terão contato com a linguagem escrita, por meio de variados textos que lhes oportunizem o gosto e o prazer de ler.

E precisam ser estimulados desde as séries iniciais.

Seja o principal agente incentivador do contato dos alunos com o livro.

3) Utilize o conhecimento prévio dos alunos

O que seu aluno já sabe sobre o texto que vai ler?

Se o leitor possuir conhecimento sobre o assunto, terá muitas possibilidades de atribuir-lhe significado.

A seguir, algumas orientações que podem auxiliar o aluno a atualizar o conhecimento prévio:

a) Explicar o que será lido, indicando a temática aos alunos para relacioná-la a aspectos da sua experiência prévia.

b) Estimular os alunos a prestarem atenção a determinados aspectos do texto que podem ativar seu conhecimento prévio, como ilustrações, títulos, subtítulos, enumerações, sublinhados, palavras chaves.

c) Incentivar os alunos a exporem o que já sabem sobre o tema.

Deixar os alunos falarem, reconduzir as informações e centrá-las no tema discutido.

4) Estabeleça previsões sobre o que sucede no texto

Antes de começar a leitura são produtivos alguns procedimentos ligados à antecipação de conteúdos.

Instigue o aluno a fazer um reconhecimento do texto antes da leitura.

Você pode fazer perguntas, como por exemplo, este texto trata de que assunto? É uma história? É uma notícia? É triste? É engraçado?

Dessa forma, o aluno irá refletir a respeito do texto e sua curiosidade será aguçada.

Além disso, estimule seus alunos a observar os detalhes do que o texto traz.

Tem figuras? São desenhos? Fotos? Como é o título? É uma poesia? Um texto jornalistico? Quais características?

Estimule também a propor suposições de alguma coisa que está escrita, pelo conhecimento que o aluno tem, pelo título e ilustrações.

5) Pergunte

Promova perguntas dos alunos a respeito do texto.

Isso pode ser feito tanto previamente, no decorrer da leitura ou após a mesma.

Esta é uma forma de direcionar o aluno na leitura, sinalizando o que é importante ele prestar atenção.

E essa estratégia opera durante toda a leitura e auxilia o aluno a melhorar a velocidade do processamento do texto.

E auxilia também a compreender o que está sendo lido, com envolvimento, prevendo o que o texto vai dizer e verificando se as previsões se confirmam ou não.